Regras de eliminação das gorduras trans começam a valer em julho no Brasil

Há quase duas décadas a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as gorduras trans devem representar menos de 1% das calorias que ingerimos diariamente, pois estudos conclusivos alertam para o risco do aumento de doenças cardiovasculares.

A boa notícia é que em julho começam a valer as regras de eliminação da gordura trans industrial no Brasil, que vai ser implementada em duas fases: uma primeira fase que vai de julho deste ano a julho de 2022 e estabelece um limite de 2% de gordura trans em relação à gordura total em todos os alimentos e óleos, assim como acontece em países como Dinamarca, Chile, Equador e Uruguai.

Durante quase vinte anos que o Brasil adiou a decisão de banir o aditivo, o país acumulou 334.368 mortes por doenças coronarianas atribuídas ao consumo excessivo de gordura trans – quase o mesmo número das mortes causadas pela covid-19 até meados de abril. Importante salientar que a gordura trans foi fabricada pela indústria para substituir gorduras naturais, que foram por séculos usadas para produzir os mais variados alimentos.

O produto, mais barato, menos perecível e que serve de base para muitas formulações é desenvolvido através de um processo criado em 1902: a hidrogenação, uma reação química que solidifica óleos por meio do bombeamento de gás hidrogênio em condições de alta temperatura e pressão. Se feita até o fim, não produz trans, mas tem como resultado uma gordura que, em temperatura ambiente, tem a consistência de uma vela. Em busca de algo mais versátil, a indústria historicamente optou pela hidrogenação parcial – que produz muita, mas muita gordura trans.

A ingestão de gorduras trans industriais aumenta o risco de morte por qualquer causa em 34%, o risco de morte por doença coronariana em 28% e o risco de ocorrência de doença coronariana em 21%. Em abril de 2007, o senador Paulo Paim (PT-RS) apresentou um projeto de lei com a intenção de proibir o uso de gordura trans nos alimentos. A PLS 181 previa um prazo de adaptação de dois anos e, durante esse período, estabelecia uma forma bem clara de alertar o consumidor. As empresas teriam que colocar uma tarja preta nas embalagens para informar se o produto tinha gordura trans. A não conformidade com a lei resultaria em uma punição: a cassação dos alvarás das empresas. 

Onde se encontra gordura Trans

Bolos e biscoitos
Sorvetes
Comidas Congeladas
Tabletes de caldos
Molhos
Miojos
Pipocas de micro-ondas
Batatas fritas e salgadinhos, entre outros.


No Brasil, os fabricantes podem declarar na tabela nutricional que um produto tem zero trans mesmo que ele contenha – e nem por isso estão violando a norma sanitária. Isso ocorre por ser permitido em produtos que tenham abaixo de 0,2g de gordura trans por porção.
A norma também permite que as empresas façam aquelas propagandas na parte frontal da embalagem – “zero gordura trans” – se os produtos apresentam menos de 0,1g de trans por porção.

Um estudo brasileiro publicado em 2018 encontrou ingredientes de gordura trans em 24% de um total de 160 produtos que exibiam alegações “zero trans”.
“Uma pessoa que consome produtos ‘zero trans’ durante o dia pode estar consumindo produtos com gordura trans que, se somados, podem levá-la a ultrapassar o limite diário considerado razoável. E a gente sabe que o consumo de qualquer quantidade de gordura trans é maléfico”, explica Laís Amaral, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e uma das autoras do estudo.

Importante salientar que a gordura trans foi fabricada pela indústria para substituir gorduras naturais, que foram por séculos usadas para produzir os mais variados alimentos. O produto, mais barato, menos perecível e que serve de base para muitas formulações é desenvolvido através de um processo criado em 1902: a hidrogenação, uma reação química que solidifica óleos por meio do bombeamento de gás hidrogênio em condições de alta temperatura e pressão. Se feita até o fim, não produz trans, mas tem como resultado uma gordura que, em temperatura ambiente, tem a consistência de uma vela. Em busca de algo mais versátil, a indústria historicamente optou pela hidrogenação parcial – que produz muita, mas muita gordura trans.


A ingestão de gorduras trans industriais aumenta o risco de morte por qualquer causa em 34%, o risco de morte por doença coronariana em 28% e o risco de ocorrência de doença coronariana em 21%.

Onde se encontra gordura Trans
Bolos e biscoitos
Sorvetes
Comidas Congeladas
Tabletes de caldos
Molhos
Miojos
Pipocas de micro-ondas
Batatas fritas e salgadinhos, entre outros.


Portanto, recomenda-se analisar os produtos adquiridos e substituir os que habitualmente possam conter a substância.

Michelly Murchio

Recent Posts

Ação tem levado saúde a comunidades isoladas no Baixo Tapajós

A Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) está liderando uma importante missão para…

2 dias ago

Brasil e OMS se unem pela eliminação do câncer cervical

O câncer do colo do útero, terceiro mais comum entre as mulheres no Brasil, tem…

2 dias ago

Diabetes: + de 800 milhões de casos e 450 milhões sem acesso

O diabetes tem se tornado uma preocupação crescente no cenário global. Segundo dados divulgados pela…

2 dias ago

Alice Saúde: o plano empresarial com menor reajuste do mercado

Os custos com planos de saúde empresariais são uma das principais despesas das empresas no…

2 dias ago

Manhã ou noite? Pesquisas revelam impacto no treino

A prática de atividades físicas é essencial para uma vida saudável, mas estudos recentes indicam…

7 dias ago

Hanseníase em 2023 fez Brasil e Índia liderarem no mundo

O Brasil é um dos países que mais diagnosticam hanseníase no mundo, ocupando o segundo…

7 dias ago

This website uses cookies.