No final da década de 90, a indústria farmacêutica revolucionava o universo masculino, apresentando o citrato de sildenafila, ou sildenafil, medicamento usado para disfunção erétil. O famoso “comprimido azul”, foi muito bem recebido pelos homens na maturidade, permitindo que voltassem a se relacionar sexualmente.
Na sequência, vários outros remédios, com a mesma promessa, chegaram às farmácias. O mecanismo era o mesmo: dilatação dos vasos sanguíneos existentes dentro do pênis e aumento do fluxo de sangue nos corpos cavernosos para facilitar a ereção.
Mas o que seria uma solução, tornou-se um problema. Segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia, hoje indivíduos do sexo masculino compram esses remédios sem prescrição. São homens saudáveis e jovens que, embora não tenham problema algum, usam os remédios de forma recreativa, seja por curiosidade, seja por medo de falhar no ato sexual. “Há um abuso do uso desse tipo de medicamento de pessoas que não tem quadro clínico que justifique o uso. Fica mais no campo do uso recreativo, da questão performática para causar impressão”, observa Alex Sandro Baiense, do Conselho Federal de Farmácia.
Lucio Gonzaga, urologista, também condena o uso desnecessário e a falta de consulta ao médico. “Algumas situações contraindicam o uso desses medicamentos. Se você toma sem avaliação médica prévia, você pode estar em uma dessas situações de contraindicação e pode correr riscos graves. Nunca recomendamos o uso recreativo dessas substâncias”, completou.
A disfunção erétil pode ser originada por múltiplos fatores, entre os quais distúrbios circulatórios, desequilíbrio hormonal, doenças crônicas como diabetes e alterações neurológicas, sem falar nos aspectos emocionais. Cabe ao especialista identificar qual a origem do problema e a indicação do tratamento, com a devida medicação, caso seja necessário.
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