Pós-covid: Como conviver e tratar as sequelas da doença

A Covid-19 continua sendo um desafio para os pesquisadores e com pouco mais de um ano, médicos estudam as consequências no organismo dos pacientes a médio e longo. Os sintomas respiratórios mais conhecidos são a tosse e a falta de ar, mas as consequências da doença são graves e podem se estender por meses após a recuperação. 

A fibrose pulmonar é uma das sequelas definitivas que acometem uma parcela dos pacientes da Covid-19. A condição torna os tecidos espessos e rígidos, limitando a capacidade respiratória dos pulmões, considerando que dificulta a absorção e transferência de oxigênio para a corrente sanguínea. “Os primeiros sintomas da Covid, como é de conhecimento de todos, é a tosse e a falta de ar. A fibrose é observada em alguns pacientes e por ser crônica, exige acompanhamento permanente”, explica o coordenador da Comissão de Infecções da Sociedade Brasileira de Pneumologia, José Tadeu Colares.

Mas as sequelas, apesar de ainda não ser possível assegurar se elas são temporárias ou permanentes, provocam também alterações no coração, rins, intestino, sistema vascular e cérebro. “Enxaqueca, esquecimento, insônia, alterações pele, paladar olfato também são queixas de pacientes que conseguiram se recuperar da Covid. Como é novo, não podemos dizer que são definitivas, porém, observamos sintomas prolongados”, explica o especialista.  

O processo de recuperação dos pacientes pós Covid-19 exige atenção especial. Após se recuperar da fase mais grave da doença, começa a fase de reabilitação pulmonar. Segundo a fisioterapeuta Grasielle Sales, a fisioterapia respiratória é muito importante para as pessoas que foram contaminadas, pois o vírus ataca o sistema respiratório, provocando inflamações nas mucosas das vias aéreas respiratórias, o aumento de secreção de muco, obstrução de pequenas vias e lesões nos pulmões. “Além da inflamação, a grande quantidade de medicamentos e a necessidade do uso de equipamento de ventilação mecânica, também podem causar prejuízos nas funções respiratórias dos pacientes. A fisioterapia respiratória tem papel essencial não apenas para os pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), como também para os pacientes que já se recuperaram e tiveram alta hospitalar”, observa a especialista.

Outros benefícios da fisioterapia respiratória pós covid são a melhora da mobilidade torácica e a colaboração para o aumento da capacidade ventilatória do pulmão. O procedimento de reabilitação consiste em exercícios respiratórios e pode apresentar resultados entre 4 e 8 semanas. “É importante que as pessoas procurem logo um profissional quando começar os sintomas tanto no antes como no pós”, reforça a fisioterapeuta.

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