Prevenção

Passei por cirurgia de emergência e o apêndice estourou durante o processo’, conheça o relato de Pedro Filho, que teve apendicite; especialista esclarece sobre essa inflamação

“Estava sentindo febre e um pequeno incômodo na área inferior, à direita do abdome. Fui ao hospital e fiz ultrassom, mas não teve um diagnóstico fechado, porém logo depois, fiz tomografia com contraste e foi constatada a apendicite”, é o que conta o analista de sistemas, Pedro Filho, de 41 anos, sobre o seu diagnóstico de apendicite.

Mas, afinal, o que é a tão falada apendicite?

“É a inflamação de um segmento do intestino grosso, o apêndice, que fica ao lado direito do abdome”, explica o médico especialista em cirurgia geral, Nelson Lima.

Segundo a Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde, o apêndice é um órgão parecido com o dedo de uma luva.

Pedro lembra que após a descoberta da apendicite, precisou passar por uma cirurgia de emergência. “A operação demorou em torno de 7h e acabei saindo dela com uma bolsa de ileostomia. O apêndice estourou durante o processo da cirurgia e acabou afetando meu intestino grosso”.

Foto: Pedro Filho/Arquivo pessoal

Sintomas

O médico destaca que dor e vômito são os iniciais e principais sintomas da apendicite, no entanto, o analista de sistemas revelou que sentiu incômodo no abdome e teve febre.

Causas

Para o especialista, a apendicite pode estar relacionada a causas obstrutivas por sementes ou aumentos inadequados do órgão, mas além disso, há possibilidade de inflamações do sistema de defesa.

Diagnóstico

O médico comenta que o diagnóstico era clínico. Exames de sangue, ultrassom e tomografia também são considerados indispensáveis, mas há médicos que trabalham em locais com muito pouco recursos.

Além disso, ele explica como as dores podem acontecer no paciente. “A primeira crise de dor acontece na ‘boca do estômago’, que depois migra para a região inferior do abdome, à direita. A segunda crise de dor, até meses depois, pode iniciar na fossa ilíaca direita”.

Quem pode ter apendicite?

Nelson comenta que, atualmente, entre outras causas, as pessoas são acometidas por apendicite devido a ingestão de comidas desnutrientes. “Existem relatos de sociedades primitivas sem incidência de apendicite”.

Além disso, ele pontua que a apendicite é MAIS comum na infância e em adultos jovens.

Mortes por apendicite

Na pandemia, o número de brasileiros que morreram por apendicite aguda aumentou 14,2% em 2020, segundo dados do DataSus, do Ministério da Saúde. Foram 879 óbitos no primeiro ano da pandemia e 770 em 2019.

O especialista explica as causas relacionadas à casos de mortes por conta da inflamação, apesar de hoje serem menos comum. “A demora no atendimento ou fragilidade do sistema de defesa de um organismo debilitado. A apendicite complicada pode levar a uma infecção sistêmica grave”.

Tratamento

Segundo Nelson, o tratamento é cirúrgico, mas em alguns casos, pode ser medicamentoso.

Pedro ainda se recupera, mas relembra que teve algumas complicações após a cirurgia e que precisou usar uma bolsa específica durante o tratamento. “Me assustei quando acordei com uma bolsa de ileostomia. Não conhecia e pra mim foi impactante. Após 1 mês em recuperação e tendo que lidar com a bolsa, acabei não achando tão ruim assim. Dois meses depois, tive que fazer a cirurgia pra retirada da bolsa e restauração do transito intestinal. Tive outros problemas porém, felizmente, hoje estou em recuperação e acredito que ficará tudo bem agora”.

Descobri apendicite, e agora?

O especialista explica as principais recomendações em casos de suspeita de apendicite. “Procure um médico. É muito importante a história do início da dor. Onde começou, se localizou. No exame físico feito pelo médico, ele irá avaliar se há sinais de irritação peritoneal compatível com o quadro”.

Foto: Nelson Lima/Arquivo pessoal

O apêndice

O médico pontua que o apêndice “tem sua importância no sistema imune e na recomposição da microbiota intestinal, pois 80% do sistema imunitário dos humanos estão nos intestinos”.

A recuperação de Pedro

Segundo o analista de sistemas, sua recuperação foi bem dolorida. “Tive algumas recorrências pós-operatório que acabaram me deixando 14 dias internado. Minha alimentação era feita por meio de uma veia do pescoço, com dieta total. Não podia nem beber água. Perdi em torno de 15 kg apenas na primeira cirurgia”.

Após ter passado por esse difícil processo, Pedro deixa um importante alerta para a população. “Monitorem a saúde. Isso é o mais importante para evitar uma situação assim. Mantenham alimentação saudável e saibam que não somos de ferro”.

Milena Alves

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