Gestão em saúde

Parcerias e fusões redefinem o setor de saúde privada

A consolidação no setor de saúde privada está transformando o mercado brasileiro, com redes hospitalares e operadoras de planos de saúde fechando parcerias e fusões para reduzir custos, aumentar eficiência e garantir sustentabilidade.

Movimentos estratégicos como as alianças entre Rede D’Or e SulAmérica, Bradesco e Fleury, além da Amil com Dasa, estão mudando como os serviços de saúde são oferecidos ao consumidor.

CRESCIMENTO ATRAVÉS DE ALIANÇAS

O aumento nas despesas médicas, intensificado pela retomada de atendimentos após a pandemia, levou operadoras e hospitais a buscarem soluções inovadoras.

Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o primeiro semestre de 2024 marcou a recuperação financeira do setor, com um saldo positivo de R$ 2,4 bilhões. Contudo, para manter essa trajetória, a busca por alianças estratégicas tornou-se essencial.

Especialistas apontam que parcerias entre operadoras e redes hospitalares, como as joint ventures e fusões, são uma forma eficiente de controlar custos e expandir o acesso aos serviços de saúde, especialmente fora dos grandes centros urbanos.

Exemplos incluem a Atlântica D’Or, fruto da colaboração entre Rede D’Or e Bradesco Saúde, e a recente parceria entre Amil e Dasa, que promete fortalecer a presença dessas empresas no mercado.

A CONSOLIDAÇÃO DA EFICIÊNCIA

Vinicius Figueiredo, analista de Saúde do Itaú BBA, observa que a tendência de operar em rede fechada, onde hospitais e clínicas pertencem à mesma operadora de planos, ajuda a reduzir custos ao centralizar os serviços prestados ao paciente.

No entanto, ele também acredita que modelos mais flexíveis, como acordos contratuais entre operadoras e redes independentes, podem ser igualmente eficazes.

Já Mário Vasconsellos, da Accenture Brasil, alerta para os custos elevados associados à livre escolha de hospitais e médicos.

Segundo ele, a consolidação pode trazer mais controle sobre a jornada do paciente, otimizando recursos e evitando atendimentos desnecessários.

O IMPACTO NO CONSUMIDOR

Com as operadoras buscando maior previsibilidade nos custos e os hospitais enfrentando prazos de pagamento alongados, o consumidor pode ser o principal beneficiado dessas mudanças.

Novos acordos, como o da Rede D’Or com SulAmérica e Bradesco, prometem ampliar o acesso a serviços de alta qualidade, enquanto o modelo de integração busca reduzir reajustes elevados nos planos de saúde, que vinham sendo uma constante nos últimos anos.

A formação de novas associações, como a Associação dos Hospitais Filantrópicos Privados, que reúne importantes hospitais de São Paulo, reforça o compromisso com a melhoria da eficiência e sustentabilidade do setor, para facilitar o diálogo com agências reguladoras e operadoras.

Fonte: O Globo

Romeu Lima

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