Saúde Pública

Pará atinge recorde em doação de órgãos em 2024

O Estado do Pará alcançou um marco inédito na área de saúde: o maior número de doadores elegíveis para transplantes de órgãos sólidos.

Esse recorde é reflexo de anos de trabalho dedicado à conscientização da população e à capacitação de profissionais de saúde, conforme explica Alfredo Abud, coordenador da Central Estadual de Transplantes (CET).

Com o avanço registrado, o Pará já ultrapassou os números de 2023, consolidando sua posição como referência em doações de órgãos sólidos. Os destaques incluem recentes doações que transformaram vidas:

  • Fígado: transplantado em um paciente com hepatite fulminante na Santa Casa de Misericórdia.
  • Rim: destinado a um paciente do Hospital Ophir Loyola.
  • Outro rim: enviado a uma paciente em Brasília.

Esses casos simbolizam como a solidariedade e a estruturação do sistema de transplantes podem trazer esperança para pacientes em lista de espera.

O QUE SÃO DOADORES ELEGÍVEIS?

Os doadores elegíveis são aqueles que atendem aos critérios médicos para a doação de órgãos sólidos, como fígado e rins.

Esse número não inclui doações mais comuns, como de córneas e medula óssea, que também são importantes, mas possuem processos distintos.

De acordo com Alfredo Abud, esses números destacam o avanço do Pará em uma área que exige precisão, logística e, acima de tudo, confiança por parte das famílias e dos profissionais envolvidos.

QUEM PODE SER UM DOADOR DE ÓRGÃOS?

Existem dois tipos principais de doadores:

DOADOR VIVO

  • Deve ser maior de idade e juridicamente capaz.
  • Pode doar um dos rins, parte do fígado, da medula ou dos pulmões.
  • A compatibilidade sanguínea é essencial.
  • Doações de não parentes só ocorrem com autorização judicial.

DOADOR FALECIDO

  • É aquele com diagnóstico de morte encefálica ou parada cardiorrespiratória.
  • Pode doar vários órgãos e tecidos, como coração, pulmões, fígado, rins, córneas e ossos.
  • A morte encefálica deve ser confirmada por critérios médicos rigorosos antes da autorização para retirada de órgãos.

A IMPORTÂNCIA DA PERMISSÃO FAMILIAR

No Brasil, mesmo que a pessoa tenha manifestado em vida o desejo de doar órgãos, a autorização da família é indispensável.

Sem essa permissão, a doação não pode ser realizada. Por isso, é fundamental que todos os que desejam ser doadores conversem com seus parentes, explicando sua vontade.

Quando ocorre o diagnóstico de morte encefálica, uma equipe especializada aborda a família para discutir o processo de doação.

Esse momento é delicado, pois combina a dor da perda com a possibilidade de transformar vidas.

TEMPO É ESSENCIAL NO PROCESSO DE DOAÇÃO

Cada órgão tem um tempo limite de isquemia, ou seja, o período entre a interrupção do fluxo sanguíneo no doador e o implante no receptor. Os tempos aceitáveis são:

  • Coração e pulmões: até 6 horas.
  • Fígado e pâncreas: até 12 horas.
  • Rins: até 48 horas.

Esses limites exigem logística eficiente, com transporte rápido e equipes prontas para realizar os transplantes.

COMO SER UM DOADOR DE ÓRGÃOS?

Para ser doador, não é necessário registrar a intenção em documentos ou cartórios.

O mais importante é informar sua família sobre essa decisão. A conscientização é um passo essencial para garantir que o desejo do doador seja respeitado.

Além disso, campanhas educativas, como as promovidas no Pará, ajudam a desmistificar o processo de doação e encorajam as pessoas a terem conversas abertas sobre o tema.

TRANSFORMANDO DOR EM ESPERANÇA

O momento de autorizar a doação é desafiador para as famílias, mas pode significar um gesto de amor que transforma vidas.

Cada doador tem o potencial de beneficiar várias pessoas, devolvendo qualidade de vida e esperança para quem aguarda na fila por um transplante.

Fontes: Agência Pará e Ministério da Saúde 01, 02 e 03

Romeu Lima

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