Linha de Frente

Os cuidados com o ressurgimento do El Niño e a onda de calor

Uma onda de calor intensa está se abatendo sobre diversos estados brasileiros, desafiando recordes de temperatura e trazendo preocupações significativas para a saúde pública.

Ao mesmo tempo, o retorno do fenômeno climático El Niño, após quase quatro anos, adiciona uma camada de complexidade às condições meteorológicas, gerando impactos em escala global.

Altas Temperaturas e Cuidados com a Saúde

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as altas temperaturas persistirão nos próximos dias, com cidades como Campo Grande e Cuiabá atingindo impressionantes 40 °C.

O alerta se baseia em recordes recentes, como os 36,9 °C em São Paulo e 41,8 °C no Rio de Janeiro, onde a sensação térmica chegou a 50,5 °C.

A exposição direta ao sol, combinada com a falta de hidratação, pode resultar em consequências sérias, desde quedas de pressão até desmaios, aumentando o risco de doenças graves, incluindo o melanoma, uma forma agressiva de câncer de pele.

Especialistas, como os cardiologistas Sérgio Timerman e Augusto Scalabrini Neto, do Instituto do Coração (InCor) e do Hospital Sírio Libanês, destacam a importância de medidas simples, como manter-se hidratado, evitar a exposição solar nos horários mais intensos, e aplicar protetor solar.

Impacto nas Doenças Tropicais e o Retorno do El Niño

Além das altas temperaturas, o retorno do El Niño traz consigo preocupações adicionais, especialmente relacionadas às doenças tropicais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou sobre o aumento da transmissão de doenças como dengue, Zika e Chikungunya, à medida que o clima mais quente proporciona condições ideais para a reprodução dos mosquitos vetores.

Países como Peru, Tailândia, Malásia, Camboja, Brasil e Paraguai já enfrentam surtos dessas doenças, impactando significativamente os sistemas de saúde locais. O Brasil, por exemplo, caminha para bater, pelo segundo ano consecutivo, o recorde de óbitos por dengue.

Mudanças Climáticas em Curso

Além disso, estudos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) indicam um aumento nas ondas de calor ao longo das últimas décadas, com implicações em diversos setores, desde a agricultura até a saúde.

Médicos alertam que o calor extremo pode causar desidratação severa, com complicações como cãibras e arritmias cardíacas.

Diante dessa realidade, os especialistas enfatizam a necessidade de redução das emissões de gases do efeito estufa e a implementação de estratégias de adaptação às mudanças climáticas já em curso.

A atenção à saúde, a conscientização pública e ações coordenadas são cruciais para enfrentar os desafios decorrentes desse cenário meteorológico complexo.

Em um momento em que as temperaturas estão em ascensão, a prevenção e a adaptação emergem como palavras de ordem para garantir a segurança e o bem-estar da população.

Fonte: Agência Brasil, BBC, CNN 1 e 2, Estadão, Jornal da Globo e O Globo

Romeu Lima

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