Em Belém, a Oficina Estadual sobre Vírus Linfotrópico de Células T Humana (HTLV) mostrou a importância de se discutir uma doença infecciosa ainda pouco conhecida e sem cura.
Realizada no auditório da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), a oficina foi promovida por especialistas do Ministério da Saúde (MS) e reuniu técnicos da Sespa, gestores municipais dos Serviços de Atenção Especializada (SAES) e representantes da sociedade civil.
O objetivo principal foi compartilhar informações sobre o HTLV e o fluxo de assistência a pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Pará.
Jair Brandão, consultor técnico do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DATHI), do Ministério da Saúde, destacou a importância da oficina.
“Esperamos levar conhecimentos que possibilitem aos profissionais compreender desde a transmissão à prevenção”, afirmou.
Descoberto nos anos 1980, o HTLV é um retrovírus que, assim como o HIV, afeta os linfócitos T do sistema imunológico.
Os sintomas podem ser inespecíficos, dificultando o diagnóstico precoce, incluindo gânglios inchados, alterações na visão, fraqueza, dormência, dor no corpo, dermatites e problemas neurológicos.
A transmissão ocorre por contato sexual desprotegido, compartilhamento de seringas, transfusões sanguíneas e de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação.
No evento, foram abordados temas como o cenário estadual e nacional, prevenção, diagnóstico, rede de cuidados e transmissão vertical do HTLV.
Os participantes puderam esclarecer dúvidas e participar de discussões. A médica infectologista Romina Oliveira ressaltou a importância da capacitação.
“É importante que tanto os profissionais de saúde quanto a sociedade civil estejam munidos de estratégias de como agir com os pacientes”, disse.
Antônio Vallinoto, chefe do Laboratório de Virologia da Universidade Federal do Pará (UFPA), enfatizou a relevância da capacitação para melhorar a leitura da prevalência do HTLV no Pará.
Já Samuel Cruz, técnico da Coordenação Estadual de IST/Aids, alertou para a necessidade de informar a população sobre a existência do vírus e orientou sobre o fluxo de atendimento dentro da rede de saúde.
Atualmente, não há vacina ou medicamento específico contra o HTLV. O tratamento foca em combater os sinais e sintomas, como a interrupção da amamentação para lactentes expostas. A prevenção mais eficaz envolve o uso de preservativos e a não partilha de seringas e objetos perfurocortantes.
Segundo dados do Ministério da Saúde, estima-se que haja entre 5 e 10 milhões de infectados por HTLV no mundo, com pelo menos 800 mil no Brasil. No Pará, oito casos foram confirmados em 2022 e sete em 2023.
A oficina também abriu espaço para a manifestação da sociedade civil. Representantes de diversas ONGs e coletivos compartilharam testemunhos sobre a luta por visibilidade e melhores condições para pessoas diagnosticadas com HTLV, que enfrentam estigma e discriminação.
O evento em Belém foi um passo importante para tirar o HTLV da invisibilidade e reforçar a necessidade de conhecimento e ações coordenadas para enfrentar essa infecção.
Fonte: Agência Pará
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