Saúde da Mulher

Ocorreram 11 mil partos de vítimas de violência sexual no Brasil

Portrait Of Young Pregnant Woman Crying While Sitting On Couch At Home, Upset Expectant Lady Covering Face With Hands, Suffering Hormonal Changes During Pregnancy Or Depression, Copy Space

Mais de 11 mil partos realizados no Brasil entre 2020 e 2022 foram consequência de violência sexual contra meninas menores de 14 anos.

A gravidade da situação é evidenciada por um estudo da UFPel, que também destaca desigualdades regionais e sociais no acesso ao pré-natal, essencial para proteger a saúde da mãe e do bebê.

ESTUPRO DE VULNERÁVEL: CRIME COM GRAVES CONSEQUÊNCIAS

Segundo a Lei nº 12.015/2009, a violência sexual contra menores de 14 anos configura estupro de vulnerável, crime cuja pena varia de dois a cinco anos de reclusão. Esses números alarmantes refletem um cenário de vulnerabilidade que exige atenção urgente.

Além do trauma físico e psicológico, essas meninas enfrentam dificuldades graves durante a gestação, especialmente no acesso ao acompanhamento médico essencial.

POR QUE O PRÉ-NATAL É TÃO IMPORTANTE?

O pré-natal é fundamental para reduzir riscos à saúde da mãe e do bebê, mas o estudo revelou que 40% das meninas menores de 14 anos só iniciam esse acompanhamento após os primeiros três meses de gravidez.

Esse atraso compromete o desenvolvimento do feto e a saúde materna, reforçando a necessidade de políticas públicas que ampliem o acesso a esse serviço.

DESIGUALDADES REGIONAIS E SOCIAIS

O estudo revela que as regiões Norte e Centro-Oeste apresentam os maiores índices de atraso no início do pré-natal, atingindo quase 50% entre meninas indígenas.

No Sudeste, esse número é de 33%. Além disso, a baixa escolaridade está diretamente ligada a esse atraso: meninas com menos de quatro anos de educação formal têm menor acesso ao acompanhamento.

VIOLÊNCIA SEXUAL EM NÚMEROS ALARMANTES

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública registrou mais de 40 mil casos de estupro de vulnerável por ano entre 2019 e 2022.

Meninas de 10 a 14 anos são as principais vítimas, muitas vezes sem acesso a informações ou recursos para evitar a gravidez ou buscar assistência adequada.

IMPACTOS DE UM PROJETO DE LEI CONTROVERSO

O estudo chama a atenção para o recente debate sobre o projeto de lei que limita o aborto legal em casos de estupro a 22 semanas de gestação.

Uma em cada sete adolescentes inicia o pré-natal após esse prazo, evidenciando como a violência sexual e o atraso no acesso ao sistema de saúde criam barreiras adicionais para essas jovens.

O QUE PRECISA SER FEITO?

Os dados reforçam a urgência de políticas públicas que ampliem o acesso ao pré-natal e combatam a violência sexual.

Além disso, é fundamental investir em educação e conscientização para proteger meninas e adolescentes em situação de vulnerabilidade.

Fontes: Agência Brasil e Instituto Brasileiro de Direito da Família

Romeu Lima

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