A masturbação masculina é algo considerado tão comum como andar de bicicleta. Pesquisas já mostraram que mais de 90% dos homens se masturbam, numa frequência de 21 dias durante o mês.
Podemos definir masturbação, como o ato de estimular, através do toque ou esfregando, partes do seu corpo para obter prazer sexual, geralmente feita pela própria pessoa, com as mãos, com objetos ou com o auxílio de outra pessoa.
Mesmo sendo um ato natural, não só para o homem, quanto para a mulher, a masturbação, tem seus benefícios, mas os homens devem ter algumas precauções ao praticá-lo. Para esclarecer algumas dessas dúvidas, convidamos o médico urologista Ricardo Rocha.
A primeira coisa que Ricardo fala é sobre a importância de se quebrar o tabu sobre o ato da masturbação, da estimulação sexual, tanto em homens quanto em mulheres. Pois é o preconceito, a proibição e a desinformação que causam os problemas de saúde sexual.
Ricardo diz que a primeira coisa que o homem, seja o jovem ou o adolescente devem fazer, é encararem a masturbação como um ato natural. Será por esse ato que eles farão a autodescoberta do seu corpo, onde vão descobrir os locais em que sentem prazer, conhecidos como zonas erógenas e também descobrir seus limites.
Na fase adulta, Ricardo cita que os benefícios da masturbação, seguido do orgasmo, são o alívio da tensão emocional, ajudando no controle do estresse e da ansiedade, inclusive reduzindo ou controlando a pressão arterial, além de permitir que o homem usufrua do prazer sexual e do autocontrole de seu corpo, mesmo que ele esteja, momentaneamente, sem parceira(o) sexual.
Algo que os homens devem pontuar sobre a masturbação, é que essa ação não deve ser considerada um exercício físico e nem ser feita de forma leviana, fazendo mais forte ou muitas vezes seguidas. Ricardo comenta que a prática da masturbação de forma excessiva ou com esforço exagerado pode resultar em inchaço do pênis, ferimentos na pele do prepúcio, que é delicada, ou até ruptura de pequenas veias superficiais, resultando em um hematoma peniano. Para amenizar isso, o médico recomenda o uso de lubrificantes íntimos, que é uma alternativa para minimizar o atrito e reduzir o risco de machucar o pênis durante a masturbação.
Mas e se a masturbação acabar se tornando um vício na vida do homem? Ricardo comenta que por gerar uma sensação prazerosa, ao longo do tempo, pode acontecer da necessidade de repeti-lo cada vez mais, buscando ainda mais “prazer”, somado à dificuldade de parar de fazê-lo, de modo que isso traga um prejuízo na vida da pessoa.
O urologista continua dizendo que apesar de raro, o vício em masturbação existe e trata-se de um desvio no comportamento de algo que deveria ser natural e que muitas vezes, está associado ao vício em consumir conteúdo pornográfico. “O jovem ou o homem que se vê preso à ilusão do sexo “performático” pode desenvolver sérias dificuldades emocionais, físicas e de relacionamento”.
Caso o homem não trate do vício, as consequências podem acontecer quando ele realiza uma experiência sexual “normal”, aquilo acaba parecendo completamente desinteressante e problemas de ereção ou dificuldade para ejacular podem surgir, o contrário, o surgimento da ejaculação precoce. E pode também acabar forçando uma relação sexual mais agressiva e machucar física e/ou emocionalmente a outra pessoa.
Existem alguns mitos ou até “lendas populares” relacionadas à masturbação masculina. Sendo importante, no papel de médico urologista, esclarecer e revelar para você 10 MITOS ou mentiras sobre este tema:
Por último, Ricardo finaliza dizendo que existem alguns trabalhos científicos que associam o fato de homens com maior frequência de ejaculações mensais, acima de 21 orgasmos por mês, terem menor risco de câncer de próstata.
Porém, a Sociedade Brasileira de Urologia e outras instituições internacionais ainda não validaram essa informação por falta de mais evidências científicas. O fato é que a masturbação não causa câncer de próstata e pelo contrário, há quem diga que pode até ser protetora para a saúde da próstata.
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