O World Mosquito Program (WMP), a Prefeitura de Presidente Prudente e o Governo de São Paulo inauguraram recentemente a biofábrica do Método Wolbachia, no município. A iniciativa é conduzida por meio do WMP Brasil e Fiocruz e tem financiamento do Ministério da Saúde. A cerimônia marcou também o início das liberações dos mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia no município.
De acordo com a vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Priscila Ferraz, a inauguração da nova biofábrica representa um avanço no combate às arboviroses na região de Presidente Prudente e em todo o oeste do estado. A cidade registrou grande número de casos de dengue, e de óbitos pela doença, nos primeiros meses de 2025, conforme dados do Ministério da Saúde. Assim, a implementação do Método Wolbachia como estratégia complementar às atividades desenvolvidas pelo município, reforça a parceria entre o Ministério da Saúde e a Fiocruz na consolidação de novas estratégias para redução dos casos de dengue e outras arboviroses.
Com cerca de 400 metros quadrados, a biofábrica está localizada no bairro Jardim Everest e conta com salas de triagem, larvas, tubos, lavagem, estoque e refeitório. É nesse espaço que profissionais capacitados realizarão as etapas finais do método, incluindo a eclosão dos ovos dos mosquitos com Wolbachia e a montagem dos tubos para liberação em campo.
A Secretária Municipal de Saúde, Adriana Vitório afirmou que a inauguração da biofábrica do Método Wolbachia, reafirma o compromisso de fazer com que a saúde pública seja uma prioridade, com tecnologia participativa e humana. “Reforçamos o compromisso com a população prudentina, que continuaremos adotando medidas de prevenção à dengue, como bloqueio de criadouros, busca ativa de novos casos e mobilização social”.
A tecnologia consiste em introduzir a bactéria Wolbachia nos mosquitos Aedes aegypti para impedir que eles transmitam dengue, zika, chikungunya e outras arboviroses. Presente naturalmente em cerca de 60% das espécies de insetos — como borboletas, libélulas e moscas — a Wolbachia não causa danos à saúde humana nem ao meio ambiente.
Ao aplicar essa tecnologia, os cientistas liberam na natureza mosquitos com Wolbachia. Esses mosquitos se reproduzem com os insetos locais e, em poucas semanas, grande parte da população passa a carregar a bactéria. Dessa forma, a Wolbachia se mantém nas novas gerações de mosquitos e reduz a transmissão das arboviroses.
O World Mosquito Program começou a liberar mosquitos com Wolbachia no Brasil em 2014, no Rio de Janeiro, após aprovação do governo e apoio da comunidade. Antes disso, a equipe passou mais de dois anos monitorando os insetos e engajando a população local. Em 2017, iniciou as implantações em larga escala, beneficiando mais de 3,2 milhões de pessoas em cidades como Niterói, Belo Horizonte e Campo Grande. Em 2024, o projeto se expandiu para seis novos municípios.
O método mostrou alta eficácia: um estudo na Indonésia apontou redução de 77% na dengue. No Brasil, cidades como Niterói registraram quedas de até 70% nos casos de dengue, 56% de chikungunya e 37% de zika. No Rio de Janeiro, a redução da dengue variou de 10% a 76%, conforme a presença da Wolbachia.
A implementação da tecnologia em Presidente Prudente está entre as seis novas frentes do WMP no Brasil, ao lado de Uberlândia (MG), Natal, Foz do Iguaçu (PR), Londrina (PR) e Joinville (SC). As liberações em Presidente Prudente vão contemplar 83 bairros da cidade, entre eles Ana Jacinta, Cecap, Jardim Bela Dária, Parque Furquim, Vila Maristela e Jardim Itatiaia.
Fonte: WMP Brasil – Agência Fiocruz de notícias
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Imagem: Freepik
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