O glaucoma é uma doença ocular que atinge cerca de 1 a 2% da população mundial, e, de acordo com a Sociedade Brasileira de Glaucoma, estima-se que, até 2040, mais de 100 milhões de pessoas poderão sofrer os efeitos da doença que atinge o nervo óptico e pode levar à cegueira. No Pará, o Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS) é referência no diagnóstico e tratamento do glaucoma, atendendo em média até 150 pacientes por mês, e em alusão ao Maio Verde, mês dedicado à prevenção, e ao Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, celebrado no dia 26 de maio, o hospital faz um alerta para a importância do diagnóstico precoce.
“O principal fator de risco para o glaucoma é a elevação da pressão intraocular, e a doença costuma ser silenciosa. Quando a pessoa tem os primeiros sintomas de dificuldade para enxergar, a doença já está avançada”, explica o médico oftalmologista do HUBFS, Roberto Leão. Ele ressalta que o glaucoma, na grande maioria das vezes, não dói, e que a melhor maneira de se prevenir é consultar o médico oftalmologista regularmente, de preferência uma vez ao ano.
Diagnóstico precoce – A prevalência do glaucoma aumenta com a idade, mas não existe uma idade específica para o começo da prevenção, comenta o médico Roberto Leão. “O diagnóstico precoce é importante para evitar a perda visual irreversível causada pelo glaucoma. O tratamento não é capaz de recuperar a visão perdida, mas sim de manter a visão que ainda está preservada. Portanto, quando mais cedo indicar o tratamento, mais chances de a pessoa não ficar cega”.
O Hospital Bettina Ferro faz parte do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (UFPA)/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), e disponibiliza o diagnóstico do glaucoma por meio do exame de fundo de olho (oftalmoscopia), além de outros exames como paquimetria, gonioscopia, campimetria computadorizada, retinografia, tomografia de coerência óptica (OCT). A unidade hospitalar também realiza a dispensação de colírios para o controle da pressão intraocular, além de ofertar tratamento a laser e cirurgia de glaucoma em pacientes adultos e crianças com glaucoma congênito.
Números – O Bettina Ferro é referência no atendimento de glaucoma no estado do Pará e, em 2020, mesmo com as medidas de restrição necessárias para o combate à covid-19, realizou mais de 1700 atendimentos. Nos primeiros meses de 2021, ainda com a capacidade reduzida em 50% por conta da pandemia, a Unidade da Visão do HUBFS já realizou 751 atendimentos ambulatoriais e 16 cirurgias (no período de janeiro de 2020 até maio de 2021). No entanto, a médica Raíssa Casseb, chefe da Unidade da Visão do Bettina Ferro, afirma que a procura por atendimento caiu após o início da pandemia. “Alguns pacientes não compareceram aos retornos e acabaram ficando com exames atrasados, o que dificulta o tratamento e pode levar à perda da visão”, alerta a oftalmologista.
Como ser atendido – Os pacientes são regulados pelo Departamento de Regulação (DERE) do município, por isso precisam se dirigir a uma unidade básica de saúde e solicitar encaminhamento para a referência em oftalmologia pelo SUS. No dia 29, em alusão ao Mês de Combate ao Glaucoma, o Bettina Ferro realizará, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SESMA), uma triagem de 100 pacientes oriundos da atenção primária em Belém, com mais de 60 anos e histórico familiar de glaucoma. O objetivo é agilizar o atendimento e o diagnóstico precoce dessas pessoas, que serão inseridas na regulação do hospital para continuidade do tratamento. Mais informações serão divulgadas em breve no site www.chu-ufpa.ebserh.gov.br.
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