Várias são as doenças ou condições que podem afetar o ouvido, por exemplo: a labirintite. Não comum, mas mais grave do que se pensa. Além de poder ser confundida com outros problemas de saúde, um diagnóstico errado pode prejudicar o tratamento e trazer mais complicações.
Suas causas
A otorrinolaringologista Mariana Tótola explica que a labirintite é uma inflamação na porção interna do ouvido, região chamada de labirinto, “decorrente de outras doenças, sendo mais comum uma infecção no ouvido como a otite ou no sistema nervoso central, como a meningite. Outras causas são o traumatismo craniano e as doenças autoimunes como o Lúpus”.
Sintomas
Segundo a especialista, o sintoma mais conhecido é a vertigem, descrita como a sensação de que as coisas estão se movimentando ou girando, quando na verdade não estão, mas existe também a perda auditiva súbita. No entanto, a médica lembra que esse não é o único sintoma da inflamação. “É importante entender que a perda auditiva de instalação abrupta faz parte do diagnóstico. Então se não há perda auditiva, não é labirintite”, detalha.
Além disso, ela destaca outros sinais frequentes:
• Náuseas;
• Vômitos;
• Febre;
• Dor de cabeça;
• Secreção no ouvido.
O que pode agravar e os fatores de risco
Segundo Mariana, o atraso no diagnóstico e tratamento inadequados pode ter um impacto importante no agravamento do problema. E destaca que, por ser um problema que surge em decorrência de outras doenças, os fatores de risco são diversos e depende da patologia que desencadeou.
Além disso, ela pontua qual público pode ser mais afetado pela labirintite. “Em geral, o acometimento é mais frequente a partir dos 40 anos de idade e em pessoas que possuem a imunidade comprometida”.
A médica lembra que a melhor forma de prevenir a labirintite é mantendo a alimentação equilibrada, com pouco consumo de sal e cafeína, praticar atividades físicas de forma regular e evitar consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo, incluindo os dispositivos eletrônicos para fumar.
Labirintite x outras doenças
De acordo com Mariana, a labirintite é confundida com frequência com outras doenças. “Uma doença rara, onde talvez você conheça algumas pessoas que afirmam ter este problema. Isso acontece porque existe um entendimento de que vertigem e tontura são sinônimos de labirintite. A confusão é feita inclusive por alguns profissionais da área da saúde. A vertigem e a tontura são sintomas que estão presente em várias doenças, não apenas na labirintite”.
A especialista aponta as doenças mais comuns que podem ser confundidas com a labirintite:
• Vertigem Postural Paroxística Benigna (VPPB), conhecida como doenças dos cristais;
• Neurite vestibular;
• Doença de Ménière;
• Tumores no ouvido ou no sistema nervoso central;
• Acidente Vascular Encefálico;
• Enxaqueca
• Algumas vezes até mesmo a dificuldade para enxergar.
“É importante entender que todas estas causas são mais frequentes do que a própria labirintite e cada uma tem um tratamento específico. Portanto a avaliação adequada por um médico otorrinolaringologista é muito importante para o diagnóstico correto”, afirma.
Tratamento
A médica esclarece que o controle da fase aguda da labirintite é feito com o tratamento da doença que a gerou. “Podem ser necessários antibióticos, internação hospitalar e medicamentos para controlar a vertigem. Já na fase crônica, priorizamos a melhora da audição. Às vezes, com necessidade de tratamento cirúrgico com implante coclear”, aponta.
De acordo com Mariana, a vertigem tende a ser menos frequente, permanecendo a tontura ou desequilíbrio e o uso de medicamentos para estes sintomas é contraindicado neste momento. “O melhor tratamento são os exercícios de reabilitação feito com profissionais fonoaudiólogos ou fisioterapeutas”.
E tem cura?
“A inflamação é curada, porém as sequelas de perda auditiva e tontura podem permanecer por toda a vida quando são tratadas da forma incorreta”, finaliza.
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