No Brasil, 6 em cada 10 pessoas (63% da população) não usam nenhum tipo de proteção solar no dia-a-dia, segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Dermatologia. A radiação solar sem proteção é a principal causa do câncer de pele.
O câncer de pele não melanoma é o câncer mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no País. A estimativa do INCA é de que serão registrados no Brasil 704 mil casos novos de câncer por ano, no triênio de 2023 a 2025. Só o câncer de pele não melanoma corresponde a 221 mil casos novos anualmente. “Embora sua letalidade seja baixa, esse tipo de câncer pode deixar sequelas e provocar mutilações no corpo”, alerta a oncologista Paula Sampaio.
Em 2022, houve 27.550 óbitos por câncer de pele não melanoma no Brasil, com maior frequência em homens (58,1%) e entre pessoas de 70 anos ou mais (64,3%). Especialmente as regiões Norte e Nordeste experimentam taxas em elevação. São as regiões mais próximas da Linha do Equador e as menos desenvolvidas socioeconomicamente. Nessas macrorregiões, um sinergismo entre diferentes tipos de desigualdades e exposições ambientais são considerados possíveis causas de um aumento dos óbitos por esse tipo de câncer, considerado totalmente evitável.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) constatou que na região Norte, 40% dos casos registrados estão no estado do Pará.
A doença é mais comum em pessoas adultas, a partir dos 40 anos, com pele, olhos e cabelos claros. Histórico pessoal ou familiar de câncer de pele também aumentam o risco. Os sinais e lesões aparecem mais na cabeça, pescoço, braços e pernas – áreas mais expostas ao sol.
Existem 2 tipos de câncer de pele: o não melanoma é o mais comum e o câncer melanoma é o mais grave. O diagnóstico precoce é fundamental. Quando a doença é descoberta cedo, a chance de cura é de 90%. Mas, com o diagnóstico tardio, cai para 40%.
Prevenção – A melhor maneira de evitar o câncer de pele é evitar a exposição prolongada e repetida ao sol e usar protetor solar todos os dias. Mas é preciso usar da maneira correta: o recomendado é ter no mínimo 30 FPS e ser reaplicado a cada 2 horas. Além disso, usar roupas e acessórios para proteção solar, como chapéu e óculos escuros, e evitar o sol entre 10 e 16H, quando a incidência dos raios ultravioleta é maior. “São hábitos simples e que devem ser adquiridos desde a infância, pois os danos causados pelo sol são acumulativos”, explica a oncologista Paula Sampaio.
Diagnóstico precoce – Assim como pegar sol com proteção, o autoexame da pele também deve fazer parte da nossa rotina. Em frente ao espelho, é importante observar se não há pintas, manchas ou sinais no corpo que estão se modificando. Se tiver manchas ou sinais que coçam, ardem, descamam ou sangram; e feridas que não cicatrizam em até 4 semanas, o recomendado é procurar um dermatologista.
Para ajudar o leigo com o autoexame, os dermatologistas utilizam as 5 primeiras letras do alfabeto. “A” de Assimetria. Se você tem uma pinta, um sinal na pele de formato irregular isso deve chamar sua atenção. A letra “B” lembra que pintas com Bordas irregulares também são sinal de preocupação. A letra “C” lembra que se a Cor daquele seu sinal se modificar ou se tiver mais de uma cor, é um alerta. O “D” é de Diâmetro. Se ele aumentar, é um aviso para procurar o médico. Finalmente, a letra “E”, de Evolução. Observando mudanças, evoluções nesses aspectos representados pelas letras ABCDE, procure o especialista. Essa atitude pode assegurar o diagnóstico do câncer de pele logo no começo.
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