As hepatites virais são um problema de saúde pública que resulta em 1,4 milhão de mortes no mundo. Segundo dados do Ministério da Saúde, até fevereiro deste ano, 33.874 pessoas estavam em tratamento contra a hepatite B no Brasil. Esse tipo quando em estágio crônico não tem cura, apenas controle. Em relação à hepatite C, os dados mostram que 19.219 indivíduos iniciaram o tratamento contra a doença ao longo de 2020.
Hepatite é o nome dado a toda inflamação que atinge o fígado, um importante órgão do sistema digestório, que tem um papel principal na desintoxicação do organismo. A hepatite viral pode ser classificada pelos tipos A, B, C, D e E, sendo os três primeiros mais comuns no Brasil.
A doença é causada por uma infecção viral, mas pode também ser acarretada pelo uso abusivo de substâncias tóxicas (álcool, medicamentos e drogas), doenças genéticas ou autoimunes.
O maior problema é quando os sintomas são silenciosos, muitas vezes passando despercebidos até que surja uma complicação da doença, portanto, é fundamental realizar com frequência (entre 6 e 12 meses) para se certificar de que a saúde está em dia. Também é importante buscar médicos especializados caso tenha contato com pessoas portadoras desse distúrbio.
Para entender melhor quais são os tipos de hepatite, sintomas e tratamento, confira abaixo:
Chamada de “hepatite infecciosa”, tem como agente o Vírus da Hepatite A (VHA) e a sua transmissão ocorre por meio do contato com pessoas portadoras da doença e pela água ou alimentos que estejam contaminados por esse microrganismo — essa transmissão é conhecida como fecal-oral, pois a água e os alimentos são infectados por conta da falta de tratamento de esgoto.
Nem sempre os sintomas surgem em todos os pacientes, porém, quando isso ocorre, os sinais começam a aparecer após 15 dias de infecção. Nesse caso, os indivíduos podem apresentar cansaço, febre, enjoo, tontura, dor abdominal, alteração na coloração da urina e das fezes e aspecto amarelado na pele.
Não existe um tratamento padrão, portanto o médico analisa o quadro e indica a terapia mais adequada que pode ser o uso de medicamentos para o controle dos sintomas, da desidratação e, em casos graves, como quando ocorre insuficiência hepática aguda, a hospitalização.
A melhor prevenção para essa doença é o saneamento básico. Além disso, os hábitos de higiene são indispensáveis, assim como o tratamento da água. É recomendável também evitar a proximidade de locais com esgoto a céu aberto. Existe ainda uma vacina contra o Vírus da Hepatite A, oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no entanto ela só é liberada para casos especiais como pessoas que passaram por transplante de medula óssea ou portadores de doenças crônicas no órgão em questão.
A hepatite B é provocada pelo vírus HBV, é transmitida por meio de fluidos corporais (sangue, secreções, entre outros). Por isso o compartilhamento de objetos de uso pessoal não é recomendado, pois se infectados, podem transmitir o vírus; as relações sexuais sem proteção com pessoas contaminadas também propiciam a transmissão. Além disso, hepatite B também pode ser passada de mãe para filho durante a gestação, caso a mãe esteja contaminada.
Os sintomas costumam se manifestar após 6 meses de infecção e, na maioria das vezes, em pessoas acima de 5 anos. São raros os casos em crianças menores, porém, é aconselhável acompanhar sintomas de icterícia como pele amarelada, febre, enjoo, urina escura, fezes claras, dores no corpo, entre outros.
A hepatite B pode surgir de maneira aguda, durando pouco tempo, ou crônica, quando ultrapassa os seis meses. Como tratamento, o médico responsável indicará os medicamentos adequados para evitar a complicação do quadro, como a cirrose. Além disso, a orientação é que o consumo de álcool e de demais substâncias seja suspenso.
Os métodos mais eficientes de prevenção são o uso de preservativos durante as relações sexuais, evitar o compartilhamento de itens de uso pessoal (escova de dentes, alicate de unha, lâmina de barbear, entre outros), assim como se certificar de que os objetos perfurantes estão esterilizados em locais como estúdios de tatuagem, tratamento de acupuntura e outros.
A hepatite B também tem uma vacina disponível no SUS. Ela é indicada para pessoas que estão vulneráveis ao contato com o vírus (imunodeficientes, portadores de DSTs, usuários de drogas, profissionais da saúde, gestante, entre outros. Também é recomendado que se tenha menos de 50 anos para tomar as doses.
A transmissão dessa hepatite viral ocorre de forma parecida com a do vírus HBV, pois o agente causador se encontra presente no sangue de pessoas contaminadas. Por isso, é fundamental evitar contato sem proteção com fluidos corporais de indivíduos infectados.
Os sintomas da hepatite C são semelhantes aos da hepatite B. Além disso, manifesta-se de forma crônica ou aguda, sendo a primeira mais frequente. Quando não são devidamente tratados, os sintomas podem evoluir para cirrose hepática ou câncer de fígado.
Na maior parte dos casos, os médicos recomendam o tratamento com antivirais. Ainda assim, cada paciente deve ser devidamente analisado para que o profissional consiga indicar a terapia mais adequada.
Embora não exista uma vacina contra a hepatite C, como nos casos anteriores, é possível preveni-la evitando o contato sem proteção com pessoas e objetos que podem estar contaminados.
A hepatite D também se assemelha à de tipo B. Além disso, essa infecção parte da associação do Vírus da Hepatite D (VHD) com o Vírus da Hepatite B (VHB), podendo haver contaminação simultânea ou não. Por isso, as formas de transmissão são as mesmas.
Seus sintomas também são silenciosos, mas, caso surjam, são da mesma maneira que os da hepatite B: febre, cansaço, náuseas, dores no corpo, variação das cores das fezes e da urina, icterícia, entre outros.
O tratamento também envolve uma medicação adequada, na qual o médico responsável será capaz de orientar. Além disso, recomenda-se o repouso, suspensão do consumo de bebidas alcoólicas e alimentação balanceada.
Para se prevenir da hepatite D, é necessário tomar todas as providências para não ter contato com objetos contaminados ou com pessoas com suspeita de infecção. Além disso, adotar medidas de proteção (vacina contra o vírus VHB, uso de preservativos durante as relações sexuais, evitar compartilhar objetos pessoais, pré-natal para mulheres gestantes, entre outros) é fundamental.
A hepatite E é rara no Brasil, sendo mais comum em países dos continentes africano e asiático. A sua transmissão ocorre de maneira semelhante à de tipo A, ou seja, por meio fecal-oral.
Os sintomas, quando surgem, podem se manifestar entre 15 e 60 dias após a contaminação. Os principais sinais são febre, dores no corpo, fadiga, enjoos, icterícia e mudança na cor da urina (escurecimento) e das fezes (clareamento).
Essa hepatite viral também não tem um tratamento específico. Por isso, é recomendada a suspensão do uso de bebidas alcoólicas, dieta com poucos alimentos gordurosos e repouso.
Para se prevenir, é importante ter saneamento básico essencial, ou seja, tratamento de esgoto e de água. Além disso, adotar hábitos de higiene, lavando as mãos sempre após ir ao banheiro, durante a preparação de refeições e ao chegar em casa é fundamental.
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