Saúde Pública

Janeiro Roxo: a constante luta contra a Hanseníase

A Hanseníase é considerada um dos problemas de saúde pública no Brasil. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2020, foram 127.396 casos novos da doença no mundo. Desses, 19.195 (15,1%) ocorreram na região das Américas e 17.979 foram notificados no Brasil, o que corresponde a 93,6% do número de casos novos no continente. É o segundo país com mais números de casos da doença no mundo, segundo a OMS.

Com o intuito levar informação para a população sobre a hanseníase, foi criada a campanha Janeiro Roxo, tendo como o Dia Mundial da Luta contra a doença celebrado sempre no dia 29, que será no último domingo deste mês.

Sintomas

“É uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen”, explica a dermatologista Camilla Corrêa. Ela fala que a hanseníase pode se apresentar com manchas mais claras, vermelhas ou mais escuras, que são pouco visíveis e com limites imprecisos, com alteração da sensibilidade no local associado à perda de pelos e ausência de transpiração.

“Quando o nervo de uma área é afetado, surgem dormência, perda de tônus muscular (quando o músculo fica em repouso) e retrações dos dedos, com desenvolvimento de incapacidades físicas. Nas fases agudas, podem aparecer caroços e/ou inchaços nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos, cotovelos e pés”. E lembra que pessoas que estejam com estes sinais devem procurar um médico dermatologista ou uma unidade básica de saúde o mais rápido possível.

Transmissão

De acordo com a especialista, a hanseníase é uma doença contagiosa, mas apenas o contato com a pele do paciente não transmite a doença. “Ocorre por meio de convivência muito próxima e prolongada com o doente da forma transmissora, chamada multibacilar, que não se encontra em tratamento, por contato com gotículas de saliva ou secreções do nariz”.

Tratamento

Camilla destaca que o tratamento pode ser feito gratuitamente pelo SUS, e varia de seis meses a um ano, e pode ser prorrogada ou feita a substituição da medicação em casos especiais. “O tratamento é eficaz e cura. Após a primeira dose da medicação não há mais risco de transmissão durante o tratamento e o paciente pode conviver em meio à sociedade”.

Prevenção

A médica aponta algumas formas de prevenção contra a doença. “Ter hábitos saudáveis, alimentação adequada, evitar o álcool e praticar atividade física associada a condições de higiene, contribuem para dificultar o adoecimento pela Hanseníase”. Além disso, a dermatologista acrescenta que a melhor forma de prevenção é o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, assim como o exame clínico e a indicação de vacina BCG para melhorar a resposta imunológica dos contatos do paciente, pois dessa forma, a cadeia de transmissão da doença pode ser interrompida.

Milena Alves

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