Consumir descontroladamente uma grande quantidade de alimentos é a principal característica da compulsão alimentar. Considerado por especialistas como um transtorno, esse comportamento pode causar obesidade, diabetes e hipertensão. O isolamento social pode favorecer esse quadro. O tratamento deve ter acompanhamento nutricional e psicológico.
Houve um aumento de distúrbios alimentares durante a pandemia. Segundo um estudo da Universidade de Minnesota, as doenças relacionadas à alimentação atingem 9% da população mundial e podem gerar repercussão negativa para a saúde psiquiátrica. Aproximadamente 8% dos estudados relataram comportamentos extremos de controle de peso prejudiciais à saúde, já 53% tiveram comportamentos menos extremos de controle de peso prejudiciais à saúde e 14% relataram compulsão alimentar.
Alimentação é coisa séria
A nutricionista Danielle Farias explica que a compulsão alimentar é um transtorno emocional de cunho alimentar na qual o indivíduo canaliza as emoções para a alimentação. “A compulsão alimentar é um estímulo físico da fome, mas também muito relacionado às relações sociais, alimentares e até mesmo a questão do afeto com a comida”, afirmou.
O alerta é ainda maior com o período de isolamento social, por conta das medidas de prevenção contra o Covid-19. “Nesse período de isolamento, com a questão da ansiedade, o medo, a rotina de tarefas mais reduzida corrobora para a compulsão alimentar ser uma crescente. A alimentação dos pacientes deve ser observada quando as pessoas comem sem perceber. Isso pode ocorrer com crianças ou adultos que comem enquanto assistem televisão ou estão no computador e que não percebem o ato da alimentação, ingerida em pouco tempo”, explicou a professora.
A recomendação é priorizar alimentos que garantam a saciedade. “Recomendamos alimentos como grão –de- bico e banana que, além do potássio e do fornecimento de energia pelo carboidrato, vai contribuir para a formação da serotonina. Aveia, folhas verdes escuras, o arroz integral, frutas cítricas e oleaginosas (nozes e castanhas) também são importantes e irão garantir a saciedade, fornecer fibra, zinco e estimular o bom humor e liberação do hormônio”, concluiu a especialista.
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