Pesquisadores e ativistas que lutam há décadas contra o HIV receberam uma notícia empolgante nesta semana.
Resultados de um grande ensaio clínico na África mostraram que uma injeção semestral de um novo medicamento antiviral proporcionou proteção total contra o vírus em mulheres jovens.
“Eu tive arrepios”, disse Linda-Gail Bekker, investigadora do ensaio do medicamento lenacapavir.
Ela descreveu a visão surpreendente de uma linha de zeros na coluna de dados para novas infecções como surreal, especialmente após tantos anos de decepções com vacinas.
Yvette Raphael, líder do grupo Advocacy for Prevention of HIV and AIDS na África do Sul, classificou a descoberta como “a melhor notícia de todas”.
O ensaio, chamado Propósito 1, foi realizado em Uganda e na África do Sul, testando a injeção de lenacapavir a cada seis meses.
Os resultados foram tão convincentes que o ensaio foi interrompido antecipadamente. O comitê independente de revisão de dados recomendou que todos os participantes recebessem a injeção, dada sua proteção superior contra o vírus.
Nenhuma das 2.134 mulheres que receberam lenacapavir contraiu HIV. Em contraste, 16 das 1.068 mulheres que tomaram Truvada, um comprimido diário, e 39 das 2.136 mulheres que tomaram Descovy, outro comprimido diário, foram infectadas.
A Gilead Sciences, fabricante do lenacapavir, anunciou os resultados, que ainda aguardam revisão por pares.
Um segundo ensaio está em andamento em seis países, incluindo Brasil e Estados Unidos, para avaliar a eficácia do medicamento em homens que fazem sexo com homens, pessoas transgêneras e usuários de drogas injetáveis.
A esperança é que a injeção semestral se mostre mais eficaz, especialmente em jovens mulheres africanas, onde a adesão a comprimidos diários tem sido baixa. “Para uma jovem que não pode ir a uma consulta ou guardar comprimidos sem enfrentar estigma, uma injeção duas vezes por ano pode mantê-la livre do HIV”, disse Lillian Mworeko, líder da Comunidade Internacional de Mulheres Vivendo com HIV na África Oriental.
O desafio agora é tornar o lenacapavir acessível. A Gilead cobra US$ 42.250 por ano nos Estados Unidos, mas promete trabalhar para disponibilizar o medicamento a preços acessíveis em países de baixa renda.
Janet Dorling, da Gilead, disse que a empresa pretende conceder licenças para fabricantes de genéricos e enviar “volumes suficientes” de lenacapavir para países de baixa renda após a aprovação regulatória.
Com os resultados promissores do lenacapavir, há uma nova esperança na luta contra o HIV. No entanto, a questão do acesso permanece crítica para garantir que este avanço se traduza em impacto real na prevenção do HIV em populações vulneráveis.
Fonte: The New York Times
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