O Boletim InfoGripe, divulgado pela Fiocruz, aponta mudanças no cenário das síndromes respiratórias agudas graves (SRAG) no Brasil. A tendência de curto e longo prazo, mostra queda em nível nacional. A Covid-19 está em queda na população adulta na maioria dos estados, enquanto a influenza A, principalmente a H1N1, registrou aumento em maio e permaneceu presente nas primeiras semanas de junho. O vírus sincicial respiratório (VSR) é o principal que foi identificado em crianças, apresentando aumento em alguns estados do Norte e Nordeste.
Em março, a Covid-19 representava 80% dos casos de SRAG em pessoas com mais de 15 anos. Esse percentual caiu para 50% em maio. Por outro lado, o vírus influenza A passou de 9% em março para 33% em maio. Na 24ª semana epidemiológica de 2023 (11 a 17 de junho), seis estados (Acre, Amapá, Pará, Rio Grande do Norte, Roraima e Sergipe) apresentaram sinal de crescimento de SRAG, principalmente relacionado a crianças, sendo que as hospitalizações estão em alta nas últimas seis semanas. Sergipe também registrou crescimento em crianças pequenas e em faixas etárias da população adulta.
Os estados do Centro-Sul do país apresentaram queda ou interrupção do crescimento de casos de SRAG, enquanto o Norte e o Nordeste apresentaram aumento. Embora haja estabilização ou queda no público infantil dos estados do Centro-Sul, o InfoGripe ressaltou que o período prolongado de aumento ainda requer atenção, pois parte das crianças ainda está hospitalizada e as baixas temperaturas favorecem infecções respiratórias.
Dentre as capitais, dez apresentaram crescimento de SRAG, especialmente nas crianças. Belo Horizonte, João Pessoa e Porto Velho também registraram crescimento em algumas faixas etárias da população adulta, enquanto Palmas apresentou um cenário compatível com oscilação em período de baixa atividade.
Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, os resultados que deram positivo para vírus respiratórios foram: influenza A (17,5%), influenza B (6,6%), VSR (40,3%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (22,8%). Em relação aos óbitos, a presença desses vírus entre os positivos foi: influenza A (24,7%), influenza B (8,4%), VSR (9,3%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (51,6%).
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