Nesta quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) apresentou uma nova pesquisa destacando a presença de agrotóxicos em vários alimentos ultraprocessados frequentemente consumidos pelos brasileiros.
Foram examinadas amostras de 24 produtos fabricados no país, e os resultados mostraram que metade desses itens continha resíduos de agrotóxicos. A pesquisa faz parte da terceira edição do estudo “Tem Veneno Nesse Pacote”, realizado pelo Idec.
Nesta edição, o foco principal foi em produtos voltados para crianças, como biscoitos maisena, macarrão instantâneo e bebidas lácteas sabor chocolate.
O Idec realizou a análise em laboratório, utilizando um teste capaz de detectar resíduos de até 563 agrotóxicos diferentes. O estudo abrangeu ultraprocessados de oito categorias, selecionando os três produtos mais vendidos de cada uma. As categorias analisadas incluíram:
Dos 24 produtos analisados, 12 apresentaram resíduos de agrotóxicos. Os biscoitos maisena destacaram-se negativamente, contendo o maior número de resíduos. Os campeões em agrotóxicos foram:
Primeiro Lugar:
Segundo Lugar:
Terceiro Lugar:
Outros produtos com resíduos incluíram:
A categoria “sobremesa petit suisse sabor morango” foi a única que não apresentou resíduos de agrotóxicos.
O glifosato foi o agrotóxico mais detectado, presente em sete das 24 amostras. Este herbicida é considerado “provavelmente carcinogênico” pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde (OMS) e já foi banido em diversos países.
A inclusão de produtos à base de plantas na pesquisa deve-se ao crescente mercado desses itens, promovidos como alternativas mais saudáveis e sustentáveis ao consumo de carne.
No entanto, os resultados mostraram que hambúrgueres e empanados à base de plantas também contêm resíduos de agrotóxicos, contrariando suas propagandas.
A nutricionista Laís Amaral, coordenadora do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Idec, ressalta que mesmo os produtos plant-based analisados são ultraprocessados e, portanto, devem ser evitados.
A instituição reforça que a melhor escolha é sempre evitar alimentos ultraprocessados, independentemente de serem de origem vegetal ou animal.
O jornal O Estadão procurou as empresas citadas na pesquisa do Idec sobre a presença de agrotóxicos em alimentos ultraprocessados. As empresas responderam com esclarecimentos sobre suas etapas de produção e controles de qualidade. Confira os posicionamentos de cada uma.
A BRF, grupo ao qual pertence a Sadia, afirmou que seus produtos são fiscalizados por órgãos competentes como a Anvisa e o MAPA, seguindo padrões internacionais de detecção de resíduos de defensivos agrícolas.
A empresa destacou que os níveis de agrotóxicos encontrados estão abaixo dos limites legais e que seus processos de qualidade atendem às regulamentações.
O Grupo Marilan ressaltou seu compromisso com a qualidade e segurança dos produtos, cumprindo todas as normas da Anvisa. A empresa reafirmou seu foco na saúde e bem-estar dos consumidores.
A Selmi, responsável pela marca Renata, explicou que possui um sistema rigoroso de gestão de segurança e qualidade dos alimentos, com análises contínuas das farinhas utilizadas e homologação criteriosa dos fornecedores. A empresa não teve acesso ao estudo do Idec, o que impediu comentários adicionais.
A Aurora Coop informou que não produziu o lote específico do presunto cozido citado pelo Idec e que não teve acesso ao relatório da análise. A empresa destacou seu controle rigoroso da cadeia produtiva e seu compromisso com a qualidade e segurança dos produtos.
A Bimbo Brasil, detentora da marca Ana Maria, assegurou que cumpre todas as legislações e mantém rigorosos controles de qualidade em suas receitas. A empresa garantiu que todos os produtos possuem rastreabilidade para garantir a segurança do consumidor.
A Bagley do Brasil Ltda, responsável pela marca Triunfo, afirmou que segue normas rigorosas e legislações vigentes, mantendo altos padrões de qualidade e segurança. A empresa enfatizou a transparência com os consumidores e a conformidade das matérias-primas utilizadas.
A Nissin Foods do Brasil reafirmou seu cumprimento da legislação vigente e boas práticas, confirmando sua resposta ao Idec e destacando seu compromisso com a segurança alimentar.
O Grupo Piracanjuba informou que já prestou todos os esclarecimentos necessários aos órgãos competentes, sem fornecer detalhes adicionais.
A Fazenda Futuro esclareceu que forneceu toda a documentação solicitada pelo Idec e reafirmou seu compromisso com a qualidade e segurança dos produtos. A empresa também corrigiu uma descrição incorreta sobre um de seus produtos.
A Seara destacou que todos os seus produtos, incluindo o empanado de carne vegetal, respeitam as regulamentações da Anvisa e do MAPA. A empresa mantém controle rigoroso das matérias-primas e pesquisas de resíduos e contaminantes.
A Panco reafirmou seu compromisso com a qualidade e segurança dos produtos, seguindo padrões rigorosos e normativas específicas. A empresa garantiu controles internos e de fornecedores, além de rotulagem clara e acessível. A Panco está realizando análises complementares para avaliar os pontos levantados pelo Idec.
Fonte: Estadão
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