Home office aumentou dor na coluna e lombar, diz estudo

Com a pandemia de covid-19, o home office se tornou uma necessidade para muitos trabalhadores e vem sendo apontado por alguns como um fator que piora as dores nas costas e coluna.  

Um estudo realizado por pesquisadores italianos foi publicado no International Journal of Environmental Research and Public Health concluiu que 23,5% das pessoas que estavam trabalhando remotamente relataram queixas nas dores cervicais e 41%, de dores lombares. 

Outro estudo científico realizado por cientistas da Arábia Saudita, mostrou que as dores lombares aumentaram durante a quarentena: foi de 38,8% para 43,8% entre os participantes da pesquisa. 

“As dores nas costas são as queixas mais comuns com o isolamento social. Elas estão relacionadas à mudança do ambiente de trabalho e ao improviso de escritórios em casa”, destaca a fisioterapeuta Jecilene Rosana Costa, especialista em fisiologia do exercício, neurologia clínica e gestão em saúde pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). 

As queixas mais comuns são as dores na coluna cervical (nuca e pescoço) e na lombar, que podem ou não se estender para braços e pernas. Embora não tão comuns, desconfortos na região dorsal, entre as escápulas, também são relatados.  

Os incômodos ocorrem por meio de hábitos que prejudicam a postura, como ficar na mesma posição por várias horas usando computador ou celular, sentar de maneira errada e flexionar a cabeça para frente por períodos longos. Diminuir as dores exige adaptação de trabalho e mais atenção à postura, principalmente ao usar aparelhos eletrônicos. 

“Todo esforço sem uma compensação tende a ter uma sobrecarga e lesão. Geralmente, essas contusões são osteomusculares, sobrecarregando a articulação ou um músculo, justamente por exigir demais daquela estrutura”, explica Diego Leite de Barros, fisiologista do exercício pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e diretor da DLB Assessoria Esportiva. 

De acordo com os especialistas, é importante fazer ajustes ergonômicos no local de trabalho para prevenção e redução das dores. Além da postura correta, use materiais de escritório adequados, como, por exemplo, suporte para notebooks, teclado, mouse e cadeira com ajuste regulável. Veja outras orientações: 

  • Mantenha sempre a coluna ereta, alinhada e apoiada no encosto da cadeira
  • A região da lombar e dos glúteos também deve estar encostada no encosto; evite ficar com essa parte do corpo mais para frente
  • Se tiver dificuldades para manter a região lombar encostada na cadeira, use uma pequena almofada para que ela não fique sem apoio
  • Deixe o pescoço sempre alinhado com o resto do corpo, sem inclinar a cabeça para a frente. Para isso, posicione o computador de forma que o centro da tela fique na altura dos seus olhos. Caso não tenha suporte para laptop, use livros empilhados como base para o notebook
  • A cadeira deve estar na altura ideal para que os joelhos fiquem flexionados a 90 graus
  • Apoie totalmente os pés no chão. Você pode usar um banquinho ou suporte, se necessário
  • Aproxime o corpo da mesa de trabalho para não curvar a coluna, os ombros ou o pescoço
  • Mantenha os antebraços apoiados e a um ângulo de 90 graus, e deixe os cotovelos próximos ao tronco e punhos retos
  • Faça pausas nas tarefas a cada meia hora ou uma hora

Tratamento 

Quando a dor ou o incômodo ainda persistem após os ajustes ergonômicos, é indicado procurar um ortopedista ou fisioterapeuta. “O ideal é fazer trabalhos preventivos. Se já existe uma lesão instalada, é preciso fazer um tratamento individualizado”, reforça Barros. 

Para o alívio de dores e incômodos, os fisioterapeutas costumam trabalhar com exercícios de alongamento e fortalecimentos. Em alguns casos, podem ser indicadas sessões de RPG (reeducação postural global) para melhorar a postura assim como o alinhamento do corpo. 

“Técnicas de liberação miofasciais [manobras para relaxar os músculos] e terapias manuais podem complementar o tratamento”, afirma Costa. 

Quando não não é feita uma intervenção, a dor pode pode se transformar em lesões crônicas, exigindo, assim, tratamento mais complexo. Em alguns casos, o tratamento é feito por meio de sessões de fisioterapia ou cirurgia. 

Fonte: UOL 

Milena Alves

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