Dados do Ministério da Saúde mostram que, em dez anos, o número de idosos com HIV quadruplicou, indicando um grave problema de saúde pública.
Especialistas apontam a falta de campanhas voltadas a esse público como um dos principais fatores.
Muitos idosos não associam sua condição de risco ao vírus, e profissionais de saúde, frequentemente, não incluem o teste de HIV nos exames de rotina.
Além disso, há uma combinação perigosa de baixa testagem e diagnósticos tardios, geralmente após o surgimento de sintomas avançados como emagrecimento e outras complicações graves.
Essa realidade demanda ações específicas e campanhas educativas para essa faixa etária.
Uma inovação que está revolucionando a profilaxia pré-exposição (PrEP) é o lenacapavir, um medicamento injetável administrado duas vezes ao ano.
Esse fármaco é um inibidor de fusão capsídica, o que significa que ele bloqueia a replicação do HIV ao interferir em sua estrutura protetora, o capsídeo.
Estudos clínicos de fase 3 comprovaram sua eficácia de 96% na prevenção da infecção.
O estudo Purpose-2, realizado aqui no Brasil, no México e Estados Unidos, demonstrou que o lenacapavir foi superior a tratamentos tradicionais como o Truvada, que exige uso diário.
Entre os participantes do grupo lenacapavir, 99,9% não contraíram o vírus, evidenciando sua segurança e praticidade.
Além de ser eficaz, o medicamento pode facilitar a adesão ao tratamento, especialmente para populações que enfrentam dificuldades com a rotina de medicação diária.
Contudo, ela continua em fase de aprovação como PrEP por agências reguladoras.
Enquanto o Truvada, a PrEP tradicional, exige uma rotina diária rigorosa, o lenacapavir oferece uma abordagem mais prática, com apenas duas injeções anuais.
Isso representa uma solução especialmente vantajosa para pessoas que têm dificuldade em manter a disciplina no uso de medicamentos diários, um fator que pode comprometer a eficácia do tratamento preventivo.
Nos estudos, o lenacapavir também se mostrou 89% mais eficaz do que o Truvada para prevenir novas infecções em situações de baixa adesão.
Essa inovação promete transformar a abordagem da prevenção ao HIV, proporcionando mais opções e acessibilidade para populações vulneráveis.
Com 96% das pessoas vivendo com HIV já diagnosticadas e 95% delas em supressão viral, o Brasil está à frente de duas das três metas globais da ONU para eliminar a aids como problema de saúde pública até 2030.
A ampliação do acesso à PrEP e a inclusão de novos tratamentos, como o lenacapavir, são partes fundamentais dessa estratégia.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, ressaltou que o avanço é fruto do fortalecimento das políticas públicas e do diálogo com movimentos sociais, reforçando o compromisso do governo com a agenda de saúde.
Embora o Brasil tenha alcançado avanços significativos, ainda há desafios, como a reintegração de pessoas que interromperam o tratamento e a ampliação do acesso a medicamentos inovadores.
As metas para os próximos anos incluem reduzir em 50% a mortalidade por aids, ampliar em 142% o número de usuários da PrEP e reduzir o diagnóstico tardio na rede pública.
O plano nacional também contempla ações para diminuir o estigma e discriminação, ampliar pesquisas e fortalecer a articulação com a sociedade civil, garantindo um enfrentamento abrangente ao HIV.
Fontes: Agência Brasil, CNN e Ministério da Saúde
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