Epilepsia: entenda mais sobre essa doença que merece atenção e conscientização

Em alusão ao Dia Mundial de Conscientização sobre a Epilepsia, o mês de março ganha a cor roxa, que traz um reforço sobre a importância de alcançar um número maior de pessoas com informações a respeito da doença.

Amanhã (26), é celebrado anualmente o “Purple Day”, traduzido para o português como o dia “Dia Roxo”. Nesse dia, pessoas do mundo todo se vestem de roxo para alertar sobre a conscientização da epilepsia.

A epilepsia é uma doença que se caracteriza por uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos e se expressa por crises epilépticas repetidas, segundo o Ministério da Saúde.

Sintomas

  • A crise convulsiva é a forma mais conhecida pelas pessoas e é identificada como “ataque epiléptico”. Nesse tipo de crise a pessoa pode cair ao chão, apresentar contrações musculares em todo o corpo, mordedura da língua, salivação intensa, respiração ofegante e, às vezes, até urinar;
  • A crise do tipo “ausência” é conhecida como “desligamentos”. A pessoa fica com o olhar fixo, perde contato com o meio por alguns segundos. Por ser de curtíssima duração, muitas vezes não é percebida pelos familiares e/ou professores;
  • Há um tipo de crise que se manifesta como se a pessoas estivesse “alerta” mas não tem controle de seus atos, fazendo movimentos automaticamente. Durante esses movimentos automáticos involuntários, a pessoa pode ficar mastigando, falando de modo incompreensível ou andando sem direção definida. Em geral, a pessoa não se recorda do que aconteceu quando a crise termina. Esta é chamada de crise parcial complexa;
  • Existem outros tipos de crises que podem provocar quedas ao solo sem nenhum movimento ou contrações ou, então, ter percepções visuais ou auditivas estranhas ou, ainda, alterações transitórias da memória.

Tratamento

O neurologista Antônio de Matos explica que o tratamento da epilepsia é realizada por meio de medicações anticonvulsivantes que “São medicações que dificultam o paciente de ter crises. Eles aumentam o limiar, aumenta a tolerabilidade do cérebro a alteração da atividade elétrica evitando com que esse paciente tenha uma crise epilética. Existem diversas medicações e cada medicação é apropriada para um tipo de crise e cabe ao urologista avaliar, identificar e prescrever dedicação pra cada caso”, afirma.

De acordo com o Ministério da Saúde, em torno de 25% dos pacientes com epilepsia no Brasil são portadores em estágios mais graves, o que resulta na necessidade de usar medicação pela vida toda, e em casos de crises frequentes e incontroláveis é necessário a intervenção cirúrgica. No Brasil, já há centros de tratamento cirúrgico aprovados pelo Ministério da Saúde.

Vida normal

Existem muitas dúvidas quanto à vida de uma pessoa com o diagnóstico de epilepsia, inclusive, com relação sobre a possibilidade de viver normalmente. O médico pontua que sim, é possível, principalmente se o paciente seguir o tratamento corretamente. “O paciente que realiza o controle regular, ficando mais de seis meses sem crise convulsiva, pode praticar esportes e conduzir veículos, claro, avaliando cada caso e fazendo uso regular do medicamento”, enfatiza.

O neurologista ressalta que caso o paciente tenha uma crise de escape, é necessário avaliar e investigar outras situações que possam causar essas alterações como, por exemplo, quadro de infecções pois, não é incomum um paciente com infecções apresentar uma crise. “Quando se tem o controle, ele pode ter a vida muito próxima do normal, realizando todas as atividades do seu dia a dia de uma forma independente”, destaca.

Orientações para ajudar uma pessoa em crise convulsiva

Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) orienta sobre como ajudar uma pessoa em crise convulsiva:

  • Mantenha-se calmo e acalme as pessoas ao seu redor;
  • Evite que a pessoa caia bruscamente ao chão;
  • Acomode o indivíduo em local sem objetos dos quais ela pode se debater e se machucar;
  • Utilize material macio para acomodar a cabeça do individuo, como por exemplo; um travesseiro, casaco dobrado ou outro material disponível que seja macio;
  • Posicione o indivíduo de lado de forma que o excesso de saliva ou vômito (pode ocorrer em alguns casos) escorram para fora da boca;
  • Afrouxe um pouco as roupas para que a pessoa respire melhor;
  • Permaneça ao lado da vítima até que ela recupere a consciência;
  • Ao término da convulsão a pessoa poderá se sentir cansada e confusa, explique o que ocorreu e ofereça auxílio para chamar um familiar.Observe a duração da crise convulsiva, caso seja superior a 5 minutos sem sinais de melhora, peça ajuda médica.

O que não deve ser feito durante a crise convulsiva: 

  • Não impeça os movimentos da vítima, apenas se certifique de que nada ao seu redor irá machucá-la;
  • Nunca coloque a mão dentro da boca da vítima, as contrações musculares durante a crise convulsiva são muito fortes e inconscientemente a pessoa poderá mordê-lo;
  • Não jogue água no rosto da vítima.
Milena Alves

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