Enquanto o estado de São Paulo possui 18 milhões de pessoas com planos de saúde, o que representa 41% dos paulista, só 3 milhões de pessoas da Amazônia Legal com seus 32 milhões de habitantes, pagam por um plano de saúde.
A saúde é um elemento essencial para o bem-estar da população e o desenvolvimento econômico do país. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) desempenha um papel fundamental na garantia de assistência médica e hospitalar para a população.
Na Amazônia Legal, esse papel fica mais evidente, já que a população da região o utiliza mais, por não ter condições de pagar por um plano de saúde e pela falta de opções, se o tem. Mas, devido à crescente demanda por serviços de saúde de qualidade, a saúde suplementar pode se tornar um pilar importante para complementar o sistema de saúde público que anda sobrecarregado.
O que seria a Saúde Suplementar? De forma simples, é como um “plano extra” de saúde que as pessoas podem contratar para ter atendimento médico privado. Isso inclui consultas, exames e internações em hospitais particulares.
É uma opção adicional à assistência médica fornecida pelo sistema de saúde público, o SUS. As pessoas pagam por esses planos para ter acesso a cuidados de saúde de qualidade em hospitais e clínicas particulares, além do atendimento oferecido pelo sistema público.
Saúde suplementar na Amazônia Legal
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Amazônia Legal é a maior parte do Brasil, cerca de 60,56% do território brasileiro. Abrange nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e possui uma área de 5.155.703,422 km² e uma população de 32.391.584 habitantes, o que representa cerca de 15,95% da população brasileira.
O que isso representa no setor de saúde suplementar? De acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em 2023, a região possui 3.052.080 beneficiários de planos de saúde, o que representa 9,43% do total de beneficiários do Brasil. O mais alarmante é a comparação com os três principais estados do país, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, separadamente.
Estado | Área (km²) | População | Densidade População (hab / km²) | % hab / planos de saúde | % hab / planos odontológicos |
Acre | 164.173,429 | 830.026 | 5,06 | 5,24% (43.510 hab) | 2,16% (17.905 hab) |
Amapá | 142.470,762 | 733.508 | 5,15 | 8,12% (59.467 hab) | 7,03% (51.532 hab) |
Amazonas | 1.559.255,881 | 3.941.175 | 2,53 | 15,26% (602.115 hab) | 13,99% (551.573 hab) |
Maranhão | 329.651,496 | 6.775.152 | 20,55 | 7,49% (507.344 hab) | 4,49% (304.206 hab) |
Mato Grosso | 903.208,361 | 3.658.813 | 4,05 | 18,26% (668.406 hab) | 7,22% (263.980 hab) |
Pará | 1.245.870,704 | 8.116.132 | 6,51 | 10,63% (862.926 hab) | 6,63% (538.298 hab) |
Rondônia | 237.754,172 | 1.581.016 | 6,65 | 9,76% (154.377 hab) | 7,28% (115.305 hab) |
Roraima | 223.644,530 | 636.303 | 2,85 | 4,90% (31.291 hab) | 1,97% (12.521 hab) |
Tocantins | 277.423,627 | 1.511.459 | 5,45 | 8,12% (123.034 hab) | 8,11% (122.845 hab) |
Amazônia Legal | 5.155.703,422 | 32.391.584 | 58,85 | 9,43% (3.052.080 hab) | 5,99% (1.938.165 hab) |
Diferenças com os três estados do país
A comparação com São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, revela algumas diferenças importantes. Em São Paulo, o percentual de beneficiários de planos de saúde é de 41,05%, enquanto no Rio de Janeiro é de 34,84% e no Distrito Federal é de 33,37%. Isso significa que, na Amazônia Legal, o percentual de beneficiários de planos de saúde é cerca de quatro vezes menor do que nesses estados.
Cobertura por planos odontológicos
A cobertura por planos odontológicos também é menor na Amazônia Legal. Em 2023, a região possuía 1.938.165 beneficiários de planos odontológicos, o que representa 5,99% do total de beneficiários do Brasil. Somente em São Paulo, o percentual de beneficiários de planos odontológicos é de 25,08%, enquanto no Rio de Janeiro é de 22,51% e no Distrito Federal é de 13,99%.
Estado | Área (km²) | População | Densidade População (hab / km²) | % hab / planos de saúde | % hab / planos odontológicos |
Amazônia Legal | 5.155.703,422 | 32.391.584 | 58,85 | 9,43% (3.052.080 hab) | 5,99% (1.938.165 hab) |
São Paulo | 248.219,485 | 44.411.238 | 178,92 | 41.05% (18,220,424 hab) | 25.08% (11.151.375 hab) |
Rio de Janeiro | 43.750,425 | 16.055.174 | 366,97 | 34.84% (5.594.231 hab) | 22.51% (3.613.079 hab) |
Distrito Federal | 5.760,784 | 2.817.381 | 489,06 | 33,37% (940,156 hab) | 13,99% (671.209 hab) |
O Desafio da Geografia
A vasta extensão geográfica e a distribuição dispersa da população apresentam desafios únicos em termos de acesso à assistência médica. Muitas comunidades remotas na Amazônia Legal enfrentam dificuldades em obter serviços de saúde de qualidade, tornando o acesso a planos de saúde privados uma necessidade crítica.
Em contraste, nas cidades metropolitanas dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e o Distrito Federal, a densidade populacional torna o acesso à assistência médica mais fácil, com uma infraestrutura médica bem desenvolvida. Os cidadãos dessas áreas urbanas têm maior acesso a hospitais, clínicas e serviços de saúde privados.
Fatores que contribuem para as diferenças
As diferenças entre a Amazônia Legal e os principais estados do país podem ser explicadas por diversos fatores, entre eles:
Cobertura de Planos de Saúde
Outra diferença significativa é a cobertura de planos de saúde. A Amazônia Legal apresenta uma proporção menor de sua população coberta por planos de saúde em comparação com as cidades metropolitanas. Isso reflete a presença de populações de baixa renda e uma economia menos desenvolvida na região. Como resultado, a disponibilidade de serviços de saúde suplementar é mais limitada.
Nas grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, uma proporção significativamente maior da população possui planos de saúde privados. Isso facilita o acesso a serviços médicos de alta qualidade, colocando menos pressão sobre o sistema público de saúde.
A presença de operadoras de saúde na Amazônia Legal pode ser mais limitada em comparação com as grandes cidades do Brasil. Isso pode afetar a variedade de opções disponíveis para os residentes da região, o que é particularmente relevante dada a sua vasta extensão geográfica.
Desafios Econômicos e Investimento em Saúde Preventiva
A região amazônica enfrenta desafios econômicos distintos. A economia menos desenvolvida e a presença de populações de baixa renda influenciam a capacidade das pessoas de adquirir planos de saúde. Enquanto isso, nas áreas urbanas, os residentes geralmente têm maior poder aquisitivo, o que facilita o acesso a serviços de saúde privados.
Além disso, a promoção de medidas de saúde preventiva é um desafio em ambas as áreas. Enquanto nas cidades metropolitanas, os planos de saúde frequentemente oferecem incentivos para cuidados preventivos, na Amazônia Legal, podem ser necessárias estratégias específicas devido às condições geográficas únicas.
A expectativa é que o setor de saúde suplementar na Amazônia Legal possa crescer nos próximos anos. Isso se deve, principalmente, ao aumento da renda per capita da região e à melhoria do acesso à tecnologia.
No entanto, ainda há desafios a serem superados, como a redução do custo dos planos de saúde e o aumento da oferta de serviços em áreas remotas.
Recomendações
Para promover o desenvolvimento do setor de saúde suplementar na Amazônia Legal, são recomendadas as seguintes ações:
A saúde suplementar na Amazônia Legal enfrenta desafios distintos em comparação com as principais cidades do Brasil, devido a fatores como geografia, demografia e desenvolvimento econômico. A disponibilidade de planos de saúde, o acesso à assistência médica e a promoção de medidas preventivas são áreas que requerem atenção especial na região amazônica para melhorar a qualidade da assistência médica suplementar.
O desenvolvimento sustentável e o investimento em infraestrutura de saúde são fundamentais para garantir que os habitantes da Amazônia Legal tenham acesso a serviços de saúde de qualidade, semelhantes aos encontrados nas principais cidades do país.
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