Ao que parece, cuidar da saúde vai além de ter uma rotina saudável, se consultar com profissionais da saúde e fazer exames. Ainda temos que nos preocupar com a autossabotagem que nós mesmo podemos realizar involuntariamente. E não é sobre procrastinar, não fazer uma prevenção, ou consumir produtor não saudáveis, mas do nosso próprio corpo nos atacar como se fôssemos um invasor e consequentemente surgindo as doenças autoimunes.
“Normalmente o paciente tem uma predisposição genética e quando ele é exposto a alguns fatores ambientais que funcionam como gatilhos, ele acaba tendo os sintomas”. Explica a imunologista e alergista Tatianna Novelino, pontuando que os fatores ambientais podem ser vários, como: medicamentos, infecções virais, radiação ultravioleta, estresse crônico. “Têm muitos pacientes que começam a manifestar o Lúpus Eritematoso Sistêmico depois de um estresse crônico”.
Mas como pode o próprio corpo fazer isso, de reagir de tal forma contra ele mesmo? Segundo a MSD, a mais antiga empresa farmacêutica, química e de ciências biológicas, o sistema imunológico precisa primeiro reconhecer as substâncias estranhas ou perigosas antes de poder defender o corpo contra elas. Estas substâncias incluem bactérias, vírus, parasitas (como vermes), algumas células cancerígenas e até órgãos e tecidos transplantados. Estas substâncias possuem moléculas que o sistema imunológico é capaz de identificar e que podem estimular uma resposta.
“Para ilustrar, tem o mimetismo celular como exemplo. Você tem uma infecção por Estreptococos Beta Hemolítico do grupo A, e quando o corpo ativa a defesa, ele acaba confundindo o que é próprio do que não é próprio. Ele faz anticorpos que atacam, não só a própria bactéria, mas também estruturas do coração. E aí você tem a doença chamada Cardiopatia Reumática Crônica, a defesa ataca as estruturas do coração e deflagra um processo de inflamação e necrose tecidual’, exemplifica a médica que fala que isso pode acontecer por causa da semelhança entre a bactéria e os componentes próprios do tecido cardíaco.
Essa ação do sistema imunológico origina inflamações no corpo, o que pode causar dificuldades em se movimentar, desconfortos e dores. E por serem sintomas comuns, podem ser confundidos com outras doenças, o que dificulta o seu diagnóstico. “O nosso sistema imunológico ataca as células do nosso próprio organismo, esse ataque ele vai se configurar em um processo inflamatório que acaba resultando em necroso tecidual e morte celular e por isso que a gente tem os sintomas que vão depender do local do corpo”.
De acordo com o Ministério da Saúde, as doenças autoimunes mais comuns são:
Diabetes Tipo 1: Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos. A tipo 1 é causada pela destruição das células produtoras de insulina, em decorrência de defeito do sistema imunológico.
Doença de Crohn que ficou conhecida por causa de Tyler James Williams, ator que interpretou Chris na série Todo Mundo Odeia o Chirs: é uma doença inflamatória do trato gastrointestinal. Ela afeta predominantemente a parte inferior do intestino delgado (íleo) e intestino grosso (cólon), mas pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal. Causa diarreia, cólica abdominal, frequentemente febre e, às vezes, sangramento retal. Também podem ocorrer perda de apetite e perda de peso subsequente.
Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES ou apenas lúpus) chamou a atenção após Lady Gaga e Selena Gomez foram diagnosticadas: é uma doença inflamatória crônica. São reconhecidos dois tipos principais de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele (geralmente avermelhadas ou eritematosas, principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar (rosto, orelhas, colo (“V” do decote) e nos braços) e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos. Os sintomas variam em lesões na pele; inflamações no rim, no pericárdio; nos pequenos vasos; dores; inchaços; febre.
Psoríase que poucos sabiam que a modelo e atriz Cara Delevingne tem: a psoríase é uma doença crônica da pele, não contagiosa, caracterizada pela presença de manchas róseas ou avermelhadas, recobertas por escamas esbranquiçadas.
Tireoidite de Hashimoto: ou tireoidite linfocítica crônica, cuja principal característica é a inflamação da tireoide causada por um erro do sistema imunológico. O organismo fabrica anticorpos contra as células da tireoide. Esses anticorpos provocam a destruição da glândula ou a redução da sua atividade, o que pode levar ao hipotireoidismo por carência na produção dos hormônios T3 e T4.
Vitiligo como característica da modelo Winnie Harlow: o vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou ausência de melanócitos (as células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele) nos locais afetados. “E cada doença vai depender da progressão desse processo inflamatório, em que estágio que ele está. Se está muito avançado ou se ainda está no início, e do local do processo inflamatório. Infelizmente não tenho como evitar, o que a gente pode fazer é um diagnóstico precoce e tratamento precoce”, finaliza Tatianna.
O programa Fioantar, conduzido pela Fiocruz, deu início a uma nova etapa nesta quarta-feira (20).…
No dia 13 de dezembro de 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização…
A Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) está liderando uma importante missão para…
O câncer do colo do útero, terceiro mais comum entre as mulheres no Brasil, tem…
O diabetes tem se tornado uma preocupação crescente no cenário global. Segundo dados divulgados pela…
Os custos com planos de saúde empresariais são uma das principais despesas das empresas no…
This website uses cookies.