Os planos de saúde empresariais, que representam 70% do setor, devem ter um aumento de 25% em 2024. Esse valor é equivalente a quatro vezes a inflação geral, que foi de 6,70% no ano passado. Esse aumento é semelhante ao mesmo aumento aplicado em 2023, que foi o maior já registrado desde 2018. O motivo do reajuste é o aumento dos custos dos procedimentos médicos e hospitalares, que vem crescendo nos últimos anos.
De acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os índices de reajuste dos planos de saúde empresariais nos últimos anos foram os seguintes:
Ano | Índice |
2024 | 25% |
2023 | 22% |
2022 | 26% |
2021 | 12,5% |
2020 | 10% |
2019 | 8,0% |
2018 | 7,9% |
Leonardo Coelho, vice-presidente da área de saúde da consultoria Aon, destaca a expectativa de estabilidade ou pequena melhora. O reajuste deve seguir a linha de 2023, quando os custos médicos tiveram uma variação média de 14%, semelhante ao observado em 2022.
O último reajuste acentuado nos planos de saúde empresariais é explicado por um descasamento entre os preços praticados e os custos reais dos serviços médicos. Em 2021, houve um reajuste negativo, levando as operadoras a oferecerem planos com preços incompatíveis com os custos médicos crescentes. A retomada forte de procedimentos em 2022 contribuiu para a necessidade de reajustes expressivos em 2023.
O aumento na base de usuários, principalmente nas PMEs, contribuiu para os reajustes. Planos voltados para pequenas e médias empresas tiveram um aumento de até 25% em 2023, impactando negativamente as finanças dessas empresas.
Após a pandemia, mudanças nos padrões de uso do plano de saúde, novos exames e descobertas médicas influenciaram os cálculos atuariais das operadoras. No cenário atual, a palavra de ordem é manter a rentabilidade, mesmo que isso signifique perda de clientes, gerando uma tensão entre as empresas contratantes e as operadoras.
A Fenasaúde nega que o setor tenha ofertado planos subprecificados para ganhar participação de mercado, afirmando que os reajustes são baseados nos custos médicos e na frequência de uso dos planos.
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