O Brasil enfrenta um surto de dengue neste ano, com números alarmantes registrados até o momento. Segundo a atualização mais recente do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, divulgada nesta segunda-feira (29), o país já contabiliza mais de 4 milhões de casos prováveis da doença apenas nos primeiros quatro meses do ano.
As estatísticas revelam uma situação preocupante, com 1.937 mortes confirmadas e outras 2.345 ainda sob investigação, relacionadas à dengue. O coeficiente de incidência da doença atinge o patamar alarmante de 2.032,7 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, evidenciando a magnitude do problema.
Analisando o perfil dos afetados, destaca-se a faixa etária entre 20 e 29 anos como a mais atingida pela doença, concentrando a maioria dos casos. Em contrapartida, crianças menores de 1 ano, seguidas por pessoas com 80 anos ou mais e crianças de 1 a 4 anos, apresentam menor incidência da enfermidade.
As unidades da Federação mais afetadas pela dengue incluem o Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo, Goiás e Santa Catarina. A disseminação da doença nessas regiões requer atenção especial das autoridades de saúde para a implementação de medidas eficazes de controle e prevenção.
Projeções realizadas no início do ano já apontavam para a possibilidade de o número de casos de dengue no país ultrapassar a marca de 4,2 milhões. Diante desse cenário, medidas urgentes e coordenadas se fazem necessárias para conter a propagação da doença e proteger a população brasileira.
O Método Wolbachia, conduzido no Brasil pela Fiocruz em parceria com o World Mosquito Program (WMP) e financiamento do Ministério da Saúde, está em um momento de expansão estratégica. Esta iniciativa visa combater as arboviroses, como dengue, zika e chikungunya, através da introdução de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria wolbachia, que impedem a transmissão desses vírus.
Neste cenário, o programa em Joinville (SC), Foz do Iguaçu (PR) e Londrina (PR) avança para uma nova fase, com um intenso trabalho de engajamento comunitário. Além disso, a biofábrica do Rio de Janeiro está sendo equipada com tecnologia de ponta para aumentar a produção de mosquitos wolbitos, como são chamados os Aedes aegypti infectados com wolbachia, visando atender à demanda dos novos municípios.
No mesmo contexto, destaca-se a conclusão das obras da biofábrica de Belo Horizonte, resultado de um acordo com a Vale S.A. para reparar os danos causados pelo rompimento das barragens em Brumadinho. Esta iniciativa não só visa reparar impactos sociais e econômicos, mas também contribuir para a saúde pública, expandindo o alcance do Método Wolbachia.
Segundo Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, a ampliação do Método Wolbachia e a construção de novas biofábricas são cruciais para enfrentar epidemias futuras e proteger a população brasileira. Destaca-se também o impacto positivo nas comunidades, como no vale do Rio Paraopeba, onde o programa terá um papel significativo na redução de casos e óbitos.
A Fiocruz, em parceria com o WMP, está buscando soluções inovadoras para expandir o Método Wolbachia. A automação da biofábrica do Rio de Janeiro, com a importação de equipamentos de última geração, é um passo crucial para atender à crescente demanda e preparar-se para futuras epidemias.
O WMP, uma iniciativa internacional sem fins lucrativos, utiliza o Método Wolbachia, que não envolve modificação genética dos mosquitos. Os mosquitos wolbitos, ao serem liberados no ambiente, reproduzem-se com os mosquitos locais, estabelecendo uma nova população com wolbachia e contribuindo para a redução das arboviroses.
O programa não se limita apenas à liberação de mosquitos, mas também envolve um intenso trabalho de engajamento comunitário, como visto em Joinville, onde a população demonstrou aprovação ao método. Após a liberação, os resultados serão monitorados, demonstrando o compromisso com a eficácia e a segurança do Método Wolbachia.
O Ministério da Saúde anunciou um aporte de R$ 140 milhões para apoiar estados e municípios no enfrentamento da dengue e outras arboviroses, durante a quarta reunião ordinária da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), realizada em Brasília na quinta-feira (25). Este financiamento é parte de um total de R$ 1,5 bilhão reservado para este fim.
Nove estados, entre eles Acre, Amapá, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, juntamente com 491 municípios que declararam estado de emergência, foram contemplados com esses recursos. A distribuição dos fundos foi debatida com base em critérios específicos, incluindo a quantidade de equipes, programas e serviços cofinanciados pela Atenção Primária nos municípios, considerando o teto federal.
“A gente reforça que os repasses são mensais e nós acompanhamos os planos de trabalho de estados e municípios”, destacou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel. Ela ressaltou a importância da colaboração estreita com os conselhos municipais e estaduais para salvar vidas.
Além do apoio financeiro, o Ministério da Saúde está ampliando a vacinação contra a dengue para 625 novos municípios e seis estados adicionais: Alagoas, Ceará, Piauí, Rio Grande do Sul, Sergipe e Mato Grosso. Esta expansão será possível com a quarta remessa de 986,5 mil doses, destinadas tanto para os novos municípios quanto para aqueles já beneficiados anteriormente.
Fonte: Ministério da Saúde, Agência Fiocruz e Agência Brasil
O programa Fioantar, conduzido pela Fiocruz, deu início a uma nova etapa nesta quarta-feira (20).…
No dia 13 de dezembro de 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização…
A Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) está liderando uma importante missão para…
O câncer do colo do útero, terceiro mais comum entre as mulheres no Brasil, tem…
O diabetes tem se tornado uma preocupação crescente no cenário global. Segundo dados divulgados pela…
Os custos com planos de saúde empresariais são uma das principais despesas das empresas no…
This website uses cookies.