A noção de saúde vai além da simples ausência de doença. É o estado de bem-estar físico, mental e social que verdadeiramente define o termo. No Brasil, entretanto, essa definição está em crise há muito tempo, e a situação pode piorar. A crise no setor é amplamente reconhecida, mas pouco se discute sobre um processo particularmente prejudicial a uma parcela significativa da população.
Com a perda dos planos de saúde fornecidos pelas empresas, muitos indivíduos se veem incapazes de arcar com um novo seguro, exceto por algumas poucas exceções. Isso coloca uma pressão adicional sobre o sistema público de saúde, o SUS, que é forçado a assumir o atendimento dessas pessoas. Assim como as operadoras de planos de saúde, o SUS se vê obrigado a estabelecer convênios com a rede privada de hospitais e clínicas para dar suporte aos pacientes anteriormente cobertos pelos planos.
As clínicas privadas enfrentam desafios gerenciais consideráveis, tentando equilibrar custos crescentes com receitas estagnadas. Isso muitas vezes compromete a qualidade dos serviços oferecidos. Em hospitais gerais, onde várias especialidades estão concentradas, a execução de procedimentos médicos enfrenta dificuldades crescentes.
Na psiquiatria, os desafios são ainda mais urgentes. A demanda por serviços de saúde mental está em ascensão, assim como a cronicidade das doenças mentais e a prevalência alarmante de dependência química. No entanto, os serviços disponíveis para atender essa demanda estão longe de serem adequados.
A abordagem moderna da psiquiatria requer uma equipe interdisciplinar que trabalhe em conjunto com pacientes e suas famílias. A falta de reconhecimento das operadoras de planos de saúde para procedimentos além da medicação e da diária representa um obstáculo significativo para a eficácia do tratamento.
Todos os envolvidos – pacientes, prestadores de serviços e operadoras de planos de saúde – estão insatisfeitos. Os prestadores de serviços enfrentam atrasos nos pagamentos e congelamento de preços, o que torna a situação ainda mais insustentável.
Urge um diálogo entre todas as partes interessadas – sociedade de psiquiatria, operadoras de planos de saúde, ANS e prestadores de serviços – para encontrar soluções que garantam a qualidade dos serviços psiquiátricos em meio a esse cenário desafiador. Em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, onde 70% do atendimento psiquiátrico é realizado pelo setor privado, a eliminação desse setor teria repercussões catastróficas para o SUS.
O Brasil enfrenta o desafio de fornecer uma assistência psiquiátrica digna à sua população. À medida que clínicas, hospitais e serviços de saúde lutam para se manterem financeiramente viáveis, é crucial encontrar soluções que garantam o acesso contínuo a tratamentos psiquiátricos de qualidade.
Fonte: Saúde Business
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