Em 2023, o Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil registrou um total de 11.502 internações relacionadas a lesões autoprovocadas, uma média de 31 casos diários.
Esse número representa um aumento de mais de 25% em comparação com os 9.173 casos registrados em 2014. Os dados, divulgados nesta quarta-feira (11) pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede), refletem uma crescente preocupação com a saúde mental no país.
A análise regional revela variações significativas nas taxas de internação. Alagoas, por exemplo, enfrentou um aumento percentual alarmante de 89% de 2022 para 2023, com os casos subindo de 18 para 34.
Outros estados, como Paraíba e Rio de Janeiro, também mostraram aumentos notáveis, de 71% e 43%, respectivamente.
Em contraste, alguns estados, como Amapá, Tocantins e Acre, apresentaram reduções expressivas nas internações.
Os dados destacam uma diferença significativa entre os sexos no perfil das internações.
Entre 2014 e 2023, o número de internações de mulheres aumentou de 3.390 para 5.854, enquanto entre os homens houve uma leve queda, passando de 5.783 para 5.648.
Em termos de faixa etária, jovens adultos e adolescentes são os mais afetados. Em 2023, o grupo de 20 a 29 anos registrou 2954 internações, seguido pelo grupo de 15 a 19 anos com 1310 casos.
O aumento das internações sublinha a necessidade urgente de capacitar médicos de emergência e profissionais de saúde para lidar com esses casos com rapidez e empatia.
A Abramede enfatiza a importância de uma abordagem que não apenas trate os sintomas físicos, mas também ofereça suporte emocional e psicológico adequado.
Campanhas como o Setembro Amarelo, com o lema “Se Precisar, Peça Ajuda”, são cruciais para combater o estigma associado à saúde mental e promover a busca por ajuda.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas cometem suicídio globalmente a cada ano, e a redução da taxa global de suicídios em pelo menos um terço até 2030 é uma meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Especialistas, como o psicólogo Héder Bello e a psiquiatra Isabela Pina, destacam que o suicídio e as autolesões são complexos e multifatoriais.
Fatores como transtornos mentais, desigualdade social e o impacto das redes sociais desempenham papéis significativos.
A abordagem deve ser holística, abordando tanto os aspectos psicológicos quanto os sociais para uma prevenção eficaz.
Para enfrentar essa crise, é fundamental investir em campanhas de conscientização, melhorar o acesso aos serviços de saúde mental e fortalecer a capacidade de resposta das equipes de emergência.
A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do SUS e iniciativas como o Centro de Valorização da Vida (CVV) são recursos valiosos que precisam ser ampliados e acessíveis a todos que necessitam.
O aumento nas internações por autolesões e tentativas de suicídio é um sinal claro da crescente crise de saúde mental no Brasil.
Enfrentar essa epidemia silenciosa requer um esforço conjunto entre profissionais de saúde, políticas públicas e a sociedade.
Somente com uma abordagem integrada e compassiva será possível reduzir esses números alarmantes e oferecer o suporte necessário a quem está em sofrimento.
Fontes: Agência Brasil e Agência Gov
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