A saúde mental no ambiente de trabalho está em crise no Brasil. Em 2023, o INSS registrou 288.865 afastamentos causados por transtornos mentais, um crescimento de 38% em relação ao ano anterior.
Depressão, ansiedade, transtorno de adaptação e síndrome de Burnout estão entre os principais motivos desses afastamentos, segundo dados do Ministério da Previdência Social.
A Vittude, em seu estudo “Panorama de saúde mental nas organizações brasileiras”, analisou as respostas de mais de 24 mil pessoas e revelou que 23% dos não líderes e 15% dos líderes sofrem de ansiedade.
Quase 10,12% dos respondentes apresentam níveis extremamente severos de ansiedade. A depressão e o estresse também são prevalentes, afetando 18% dos não líderes e 10% e 12% dos líderes, respectivamente.
A pesquisa destaca uma disparidade de gênero significativa: mulheres são mais afetadas que homens por ansiedade, depressão e estresse em níveis severos. As responsabilidades múltiplas das mulheres, que conciliam trabalho, casa e família, aumentam os níveis de estresse e ansiedade.
No Brasil, mulheres dedicam até 25 horas semanais a afazeres domésticos, enquanto os homens dedicam apenas 11 horas.
Com a longevidade crescente e a tendência de ter filhos mais tarde, muitas mulheres estão cuidando de duas gerações: pais e filhos. Embora não haja estatísticas precisas no Brasil, dados de 2019 da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio Contínua (Pnad Contínua) indicam que 54,1 milhões de brasileiros cuidavam de outros membros da família.
A falta de valorização do trabalho não remunerado tem um impacto significativo. Um estudo da FGV Ibre estima que a economia doméstica e do cuidado acrescentaria 13% ao PIB se fosse remunerada. A sobrecarga afeta a saúde mental das mulheres, dificultando o descanso e o autocuidado.
A falta de dados tangíveis e o estigma associado aos transtornos mentais são grandes desafios para as empresas. Muitas ainda acreditam que esses desequilíbrios são exclusivamente problemas pessoais dos colaboradores.
No entanto, a OMS reconheceu a síndrome de Burnout como um fenômeno ocupacional em 2022. No Brasil, cerca de 30% dos trabalhadores sofrem com Burnout, o que coloca o país entre os que mais diagnosticam esse transtorno no mundo.
As empresas devem garantir a segurança psicológica no ambiente de trabalho e identificar processos que levam ao adoecimento dos colaboradores.
Um programa estratégico de saúde mental, que inclua conscientização, treinamento de líderes e benefícios como a psicoterapia, é essencial para mudar essa realidade.
Investir na saúde mental resulta em maior bem-estar, redução de absenteísmo, menor taxa de licenças médicas e maior engajamento e produtividade das equipes.
O objetivo é que até o final de 2024 possamos construir uma nova realidade nas empresas brasileiras, onde a saúde mental seja prioridade e o bem-estar dos colaboradores, uma realidade constante. Com esforços conjuntos, a crise atual pode se tornar uma notícia do passado.
Fonte: Saúde Business
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