O desabastecimento de vacinas em Belém tem causado preocupação entre os profissionais de saúde.
A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) confirmou que algumas vacinas importantes, como as contra covid-19, varicela e meningocócica C, estão em falta nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade.
Desde julho, a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) reporta a falta de vacinas em unidades de saúde públicas, resultado de um desabastecimento nacional.
Segundo a Sesma, essa escassez afeta principalmente as vacinas destinadas ao público infantil e a alguns grupos prioritários.
No caso da vacina contra a covid-19, a última remessa recebida pela Secretaria para crianças de seis meses até menos de cinco anos chegou em julho, enquanto para pessoas com 12 anos ou mais, o último lote, insuficiente, foi entregue no início de outubro.
Em resposta, o Ministério da Saúde autorizou substituições, devido ao desabastecimento, por outras que oferecem coberturas mais amplas.
Por exemplo, a vacina contra a varicela foi temporariamente substituída pela vacina tetra viral, que protege contra quatro doenças: varicela (catapora), sarampo, caxumba e rubéola.
Já a vacina meningo C foi substituída pela meningo ACWY, que protege contra os sorogrupos A, C, W e Y da bactéria meningococo, causadora de doenças como meningite e meningococcemia.
Em relação à vacina contra a Covid-19, as últimas remessas foram insuficientes. A última dose infantil chegou em julho, e as doses para adolescentes e adultos em outubro, porém, em quantidade muito aquém do necessário.
Outro ponto de destaque no cenário atual de Belém é a baixa adesão à Campanha de Vacinação contra a Influenza, que está prevista para encerrar nesta sexta-feira, dia 25 de outubro.
Segundo a Sesma, até o momento, apenas 21% do público-alvo foi imunizado, o que representa cerca de 96,4 mil doses aplicadas.
A campanha começou em 2 de setembro e foi adaptada para o calendário do inverno amazônico, um período de maior incidência de doenças respiratórias na região.
A expectativa é que a campanha seja ampliada para o público geral após o encerramento, dependendo da adesão e disponibilidade de doses.
Durante esta semana, a Sesma está intensificando os esforços com uma Unidade Móvel de Vacinação na Praça Santuário, operando das 16h às 22h, além de manter a vacinação nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de 8h às 17h.
A campanha é voltada para grupos prioritários, considerados mais vulneráveis a complicações da gripe, incluindo:
Segundo a coordenadoria estadual de imunizações, a vacina é essencial para proteger esses grupos, especialmente durante o período chuvoso, quando as doenças respiratórias se intensificam na região.
O Ministério da Saúde organiza a imunização no Brasil por faixa etária, garantindo proteção em todas as fases da vida. A seguir, o calendário recomendado:
O Dia Nacional da Vacinação, celebrado em 17 de outubro, reforça a importância de manter o calendário vacinal atualizado.
A vacinação não só previne doenças graves como a gripe e a Covid-19, mas também ajuda a controlar a disseminação de doenças na comunidade, protegendo quem não pode ser vacinado.
Autoridades de saúde recomendam que a população siga as orientações do Calendário Nacional de Vacinação e não deixe de procurar os postos de saúde.
Apesar da escassez atual, o Ministério da Saúde anunciou a compra emergencial de novas vacinas, como a da varicela e da febre amarela, com previsão de chegada em novembro.
No caso da vacina contra a covid-19, a pasta realizou uma nova licitação para adquirir 69 milhões de doses, o que garantirá o abastecimento dos próximos dois anos.
Entretanto, a entrega será feita de forma parcelada, dependendo da adesão da população às campanhas de imunização.
Além disso, o Ministério da Saúde informou que negociações com fornecedores internacionais têm permitido reduzir o custo das vacinas.
O Brasil, que antes enfrentava preços elevados, agora paga cerca de US$ 7 por dose, um dos menores valores do mundo.
Essa estratégia ajudará a manter as campanhas de vacinação em dia, especialmente contra a covid-19, onde a cobertura vacinal no Brasil chegou a 86% da população com esquema primário completo.
Por último, a Saúde anunciou a distribuição emergencial de 1,2 milhão de doses da vacina contra a Covid-19.
Serão para estados como São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco, com a expectativa de que todos os estados recebam os imunizantes até o final da semana.
O Ministério da Saúde tem trabalhado em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) para garantir que a vacinação seja contínua para a população esteja protegida contra surtos de doenças.
A pasta reforça que, apesar de dificuldades pontuais, não há falta generalizada de vacinas no país.
Fontes: O Liberal, DOL 01 02, Agência Brasil e Ministério da Saúde
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