Como a Inteligência Artificial está sendo utilizada no combate à pandemia da Covid-19

Um dos maiores desafios para gestores de saúde no início da pandemia foi a necessidade de realizar testes em massa na população.

Uma ferramenta aplicada apenas com um dispositivo portátil e de baixo custo, o OmniLAMP possibilitou realizar testes moleculares sem a necessidade de uma estrutura laboratorial, a partir da detecção do material genético do Sars-CoV-2. O equipamento foi projetado para ser usado em consultórios, unidades de saúde, hospitais e empresas.

A inovação do OmniLAMP está no uso do método amplificação isotérmica medida por loop (LAMP, na sigla em inglês), que permite que todo o processamento do teste aconteça em uma mesma temperatura. Não é necessário que o teste da Covid-19 seja realizado em laboratório, além de diminuir o custo de fabricação do dispositivo.

Esta nova tecnologia na saúde já se mostrou um excelente substituto dos exames convencionais RT-PCR. Ela foi desenvolvida em parceria entre o Instituto René Rachou/Fiocruz Minas e a empresa Visuri, com o apoio do Instituto Serrapilheira.

Diagnóstico por meio de análise de imagens radiológicas e Inteligência Artificial (IA): RadVid19

Por meio de algoritmos e acesso a um banco de dados com mais de 25 mil tomografias de tórax, a IA auxilia médicos na análise de imagens para identificar casos de Covid-19. Pelo método de comparação a IA faz uma varredura nas tomografias de tórax, indicando se a imagem de um pulmão de determinado paciente é compatível com o quadro de infecção.

O algoritmo aponta ainda o grau de comprometimento do pulmão, sinalizando se há necessidade ou não de internação – o que faz a diferença entre a vida e a morte para muitos pacientes de Covid-19.

A RadVid19 foi desenvolvida Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Inrad-HCFMUSP), que conta com um núcleo inteiro voltado à inovação tecnológica na saúde.

Inovação é premiada

Pesquisadores desenvolveram algoritmos capazes de antever a evolução do quadro do paciente. A análise preditiva permite que as redes pública e privada de saúde se preparem para atender uma alta demanda de internamentos, além de oferecer um diagnóstico e um tratamento mais personalizados. A IACOV-BR foi premiada na terceira edição do Prêmio Abril de Inovação Médica, na categoria Prevenção. 

A Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) é a responsável por este projeto de inovação na saúde, realizado em parceria com pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Fundação Oswaldo Cruz do Paraná (FIOCRUZ-PR), Universidade Federal de Goiás (UFG) e Universidade de Brasília (UnB).

O IACOV-BR conta com financiamento da Microsoft, da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

Michelly Murchio

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