Saúde Pet

Castração: método evita a reprodução desproporcional de cães e gatos e traz benefícios para a saúde desses animais

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem aproximadamente 55 milhões de cães e 24 milhões de gatos, o equivalente a mais de 56% do total de animais de estimação do país. Esses números podem aumentar e chegar a 100 milhões de animais até 2030. No entanto, existe um problema por trás desses dados: a reprodução desproporcional desses animais, o que pode fazer com que eles sejam abandonados, maltratados e até mesmo disseminem doenças.

Uma das maneiras de evitar que cães e gatos fiquem ou vivam em situações vulneráveis, é realizando a castração, um método considerado seguro e eficaz pelos especialistas. Mas além disso, também traz benefícios para saúde e bem-estar dos animais de estimação. “A castração é uma cirurgia que envolve a retirada do sistema reprodutor do animal, seja ele feminino ou masculino”, explica a médica veterinária Aína Gorayeb.

Segundo a especialista, a castração é um procedimento cirúrgico feito com avaliação e exames pré-operatórios e anestesia geral. “Em fêmeas é realizado a Ovariohisterectomia, em que é retirado os ovários e o útero. Em machos, é realizada a Orquiectomia, em que é realizada a remoção dos testículos”, afirma.

Benefícios

A veterinária esclarece os benefícios da castração para cães e gatos machos:

  • Reduz consideravelmente problemas de próstata e câncer de testículo, que podem ser fatais;
  • Diminui riscos fugas em busca de “namoradas”, e acidentes como atropelamentos;
  • Ficam menos agressivos, principalmente relacionado a brigas com outros machos;
  • Reduz demarcação de território. Cães e gatos sentem menos necessidade de marcar território com urina;
  • Melhora o comportamento, pois tendem a ficar mais dóceis, facilitando a interação e convívio, além de evitar situações constrangedoras com visitas;
  • Aumenta a expectativa de vida;
  • Evita transmissão de doenças pelo acasalamento;
  • Reduz a superpopulação de animais. Filhotes de crias indesejadas acabam abandonados nas ruas ou em situação de maus-tratos.

Para cadelas e felinas:

  • Aumenta a expectativa de vida;
  • Reduz o risco de câncer de mama
  • Evita a piometra – infecção no útero, que pode levar o animal a óbito;
  • Evita a pseudociese – gravidez psicológica;
  • Reduz a superpopulação de animais;
  • Não entram mais no cio e não sangram.

Existe idade para castrar?

Segundo Aína, não existe uma idade mínima para a castração. “Alguns estudos apontam que após o primeiro cio é o ideal, onde, teoricamente, o sistema reprodutor já estará todo desenvolvido, mas outros estudos dizem que é melhor antes do primeiro cio pois o animal não terá secreção dos hormônios. Então, o ideal mesmo é que esta escolha seja tomada em conversa entre o médico veterinário e o tutor do animal, para juntos avaliarem a rotina deste animal e o melhor momentos para realizar o procedimento”, lembra.

Cuidados após a castração

A especialista esclarece sobre os principais cuidados que os tutores devem ter com os animais após a cirurgia. “O animal necessita de repouso, medicações, e o uso de roupa cirurgia e/ou colar elizabetano. Após alguns dias determinados pelo médico veterinário, os pontos precisam ser retirados”, comenta.

Comportamento do animal

De acordo com a veterinária, em alguns casos, nota-se uma melhora no comportamento do animal após a castração, mas não é uma regra geral. “Essa mudança de comportamento vai depender de alguns fatores como: a rotina do animal, com que idade esse animal está castrando, etc”, ressalta.

O que acontece se o animal não for castrado?

Ela pontua os riscos para a saúde das fêmeas:

  • Maior índice de aparecimento de tumor de mama;
  • Piometra, que é infecção cirúrgica e não tem tratamento clínico, somente cirurgia de emergência;
  • Recorrente gravidez psicológica.

Para os machos:

  • Tumor de testículo;
  • Aumento da próstata.

A castração é segura?

Apesar de ser um procedimento seguro, alguns tutores tem dúvida ou se sentem inseguros com a castração, por isso é importante que ela seja realizada em clínicas veterinárias experientes, sérias e responsáveis, como explica Aína. “Façam os exames pré-operatórios solicitados pelo médico veterinário e tirem todas as suas dúvidas antes da cirurgia. Toda cirurgia tem o risco, para isto são realizados exames pré-operatórios, visando minimizar estes riscos, mas ainda sim, apesar de ser uma cirurgia ‘corriqueira’, não podemos menosprezar a sua complexidade e seu risco”, finaliza.

Milena Alves

Recent Posts

Estudo mostra o que mudou nas doenças que afetam as pessoas

O grupo de estudo internacional Global Burden of Diseases (Carga Global das Doenças) acaba de…

19 horas ago

Chikungunya está mais letal que dengue no Brasil em 2024

O Brasil enfrenta um aumento preocupante nas mortes causadas pela infecção pelo vírus Chikungunya. De…

19 horas ago

Veja dicas para as grávidas se manterem ativas no trabalho

No mundo agitado das corporações, encontrar equilíbrio entre carreira e maternidade pode parecer uma tarefa…

2 dias ago

Atlântica Hospitais e Participações investindo na saúde nacional

Desde o anúncio da parceria entre a Rede D’Or e a Atlântica Hospitais e Participações,…

2 dias ago

Estudo: como nosso cérebro reage a líderes e seguidores?

Pesquisadores chineses desvendaram o comportamento cerebral durante interações entre líderes e seguidores. Eles descobriram que…

3 dias ago

CFM convoca médicos voluntários para o Rio Grande do Sul

O Conselho Federal de Medicina (CFM) está convocando médicos voluntários em todo o Brasil para…

3 dias ago

This website uses cookies.