O mês de dezembro ganha laranja para lembrar a importância da prevenção ao câncer de pele, o tipo de câncer mais comum no mundo todo. A radiação solar sem proteção é a principal causa da doença.
Segundo a Fundação do Câncer de Pele (Skin Cancer Foundation – EUA), cerca de 90% dos cânceres de pele não melanoma e 86% dos casos de melanomas são causados pela exposição ao sol em excesso e sem proteção adequada.
Por essa razão, temos essa enorme contradição: O tipo de câncer mais comum no mundo é EVITÁVEL. Se todos se protegessem do sol, os números do câncer de pele seriam reduzidos drasticamente.
A realidade tem uma distância gigantesca do que é ideal para a nossa saúde. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Dermatologia mostra que 63% da população do País não usa nenhum tipo de proteção solar.
“Evitar o câncer de pele depende de hábitos que devem ser adquiridos desde a infância, pois os danos causados pelo sol são cumulativos”, alerta a oncologista Paula Sampaio.
“Outra coisa importante: estamos próximos da Linha do Equador, onde a exposição solar é mais intensa. O Pará tem 40% dos casos registrados em toda a região Norte”, destaca a médica.
Estudos da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica também apontam que a maioria dos danos causados pelo sol ocorrem muito cedo, entre 8 e 18 anos, quando crianças e jovens se expõem mais a atividades ao ar livre, sem os cuidados necessários para se protegerem do sol. As consequências só serão percebidas anos depois.
“A medida que envelhecemos, os efeitos nocivos da exposição solar sem proteção podem aumentar o risco do câncer de pele, mas a doença pode surgir em qualquer idade e em qualquer área do corpo, mesmo as que não são expostas diretamente ao sol. Daí a importância de se estimular o uso do protetor solar desde cedo, pois a pele tem ‘memória’, com os danos causados no DNA”, explica Paula Sampaio.
A melhor maneira de se prevenir do câncer de pele é evitar a exposição prolongada e repetida ao sol, principalmente entre 10 e 16 horas, período de maior incidência dos raios ultravioleta.
O protetor solar deve ser usado todos os dias e da maneira correta. O fator de proteção deve ser 30, no mínimo, e o protetor deve ser aplicado meia hora antes da exposição ao sol, reaplicado a cada 2 horas ou depois que sair da água. Além disso, usar roupas e acessórios como chapéu e óculos escuros.
O mais frequente é o câncer de pele não melanoma, com 220 mil novos casos por ano – que correspondem a cerca de 31% de todos os tumores malignos registrados no País anualmente.
O não melanoma é o câncer de pele menos grave, tem letalidade baixa, mas pode deixar sequelas, provocar mutilações no corpo. Mesmo sendo um tipo menos perigoso, em 2022 ocorreram 27.550 óbitos por câncer de pele não melanoma no Brasil.
O outro tipo é o câncer de pele melanoma, que corresponde a 4% dos casos de câncer de pele. Até o final do ano, serão 8.980 casos novos no Brasil. Esse é mais agressivo e letal. O diagnóstico precoce é fundamental. Quando a doença é descoberta cedo, as chances de cura são de 90%.
O câncer de pele é mais comum em pessoas adultas, a partir dos 40 anos, com pele, olhos e cabelos claros. Histórico pessoal ou familiar de câncer de pele também aumenta o risco.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia preparou uma série de perguntas para verificar as chances de a pessoa estar no grupo de risco para câncer de pele. Quem se enquadra em mais de uma dessas situações deve procurar um dermatologista para fazer uma avaliação pelo menos uma vez por ano.
Diagnóstico precoce
Assim como pegar sol com proteção, o autoexame da pele também deve fazer parte da nossa rotina. Em frente ao espelho, é importante observar se não há pintas, manchas ou sinais no corpo que estão se modificando.
As áreas do corpo com maior incidência de câncer de pele são rosto, pescoço, orelhas e couro cabeludo. Verifique também peito, costas, braços, pernas, mãos e pés (inclusive as solas).
Para ajudar o leigo com o autoexame, os dermatologistas utilizam as 5 primeiras letras do alfabeto:
Texto: Dinna Santos – CTO Pará
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