O Brasil tem experimentado um aumento significativo no número de médicos ao longo dos últimos 14 anos, conforme aponta o relatório de Demografia Médica divulgado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
Todos os estados apresentaram crescimento na razão de médicos por mil habitantes, mas a distribuição desigual desses profissionais entre regiões do país é motivo de preocupação.
Segundo o levantamento, o número de médicos no Brasil mais do que dobrou entre 2010 e 2024. Algumas unidades federativas, como Amazonas, Amapá, Pará e Maranhão, registraram crescimento de mais de 100% na densidade médica.
Contudo, essas regiões ainda apresentam os menores índices de médicos por mil habitantes, com o Maranhão, por exemplo, possuindo apenas 1,3 médicos por mil habitantes, o mais baixo do país.
A concentração de médicos em estados economicamente mais desenvolvidos é evidente. O Distrito Federal lidera o ranking, com 6,3 médicos por mil habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro e São Paulo.
Em contraste, regiões como o Norte e o Nordeste sofrem com a escassez de profissionais, o que acentua as disparidades no acesso à saúde.
A má distribuição dos profissionais é um problema crônico, sobretudo nas áreas rurais e regiões mais pobres do país.
Grandes centros urbanos e capitais concentram a maioria dos médicos, enquanto cidades do interior, que abrigam 77% da população, contam com apenas 48% dos profissionais.
Em estados como Roraima, 97% dos médicos estão na capital, Boa Vista, agravando ainda mais as dificuldades de acesso à saúde nas áreas interioranas.
José Hiran Gallo, presidente do CFM, destacou a urgência de criar políticas públicas voltadas para atrair e fixar médicos em regiões mais afastadas.
Segundo ele, é essencial que o governo federal invista em infraestrutura e ofereça incentivos que estimulem os profissionais a atuarem em áreas de difícil provimento.
O aumento expressivo no número de médicos no Brasil se deu, em parte, pela expansão de escolas de medicina. Entre 1990 e 2024, o número de médicos no país quadruplicou, atingindo 575.930 profissionais.
Apesar disso, o CFM alerta para a qualidade da formação oferecida por muitas dessas instituições.
A criação de faculdades sem critérios rigorosos pode impactar negativamente a qualidade dos futuros profissionais e, consequentemente, a assistência prestada à população.
Para Gallo, o crescimento do número de médicos deve ser acompanhado por uma reestruturação das condições de trabalho e estímulo adequado para que esses profissionais possam atuar de forma eficiente, principalmente no Sistema Único de Saúde (SUS).
O relatório do CFM reforça a importância de ações governamentais que visem a redistribuição dos médicos no Brasil.
E aponta a necessidade de melhorar a infraestrutura de saúde nas regiões mais carentes, para garantir que o aumento no número de profissionais resulte em melhor atendimento para toda a população.
Apesar dos avanços, o Brasil ainda enfrenta um longo caminho para equacionar a má distribuição de médicos e oferecer saúde de qualidade para todos os brasileiros.
As disparidades regionais continuam a ser um dos maiores desafios para o sistema de saúde do país, exigindo planejamento e uma gestão mais eficaz.
Fonte: CFM
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