Saúde Pública

Brasil acelera desenvolvimento de vacinas nacionais para garantir autonomia em insumos de saúde

O governo brasileiro está investindo na produção de vacinas nacionais para reduzir a dependência do país em relação a insumos de saúde importados. Após a pandemia de Covid-19 expor essa vulnerabilidade, o governo decidiu acelerar os esforços de desenvolvimento de vacinas.

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), principal órgão de fomento à ciência no país, investiu R$ 4,4 milhões no desenvolvimento de vacinas contra malária, chikungunya, febre do mayaro e dengue. O objetivo é construir uma infraestrutura capaz de atender 70% da demanda de insumos do Sistema Único de Saúde (SUS) até o final de 2026.

Os recursos até agora foram destinados a três projetos específicos em universidades federais, e está planejado um investimento total de R$ 10,5 milhões até dezembro deste ano. Em 2020, durante o primeiro ano da pandemia, foram liberados R$ 9,4 milhões para o desenvolvimento de vacinas. Em 2021, não houve novos recursos para a área, e em 2022 apenas R$ 2,2 milhões foram efetivamente liberados, apesar de contratos assinados que somavam R$ 9,2 milhões.

A maior parte dos recursos vem do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDTC), cujo orçamento deste ano é de R$ 5 bilhões. Em 2022, houve uma tentativa de bloquear os recursos do fundo, mas a proposta foi rejeitada pelo Congresso, que proibiu o contingenciamento de recursos para a ciência.

O governo busca construir um Centro Nacional de Vacinas em Belo Horizonte para apoiar projetos de pesquisa com tecnologia 100% brasileira. Atualmente, não existe nenhuma vacina desenvolvida totalmente no Brasil, mas a mais próxima de aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é a SpiN-TEC, contra a Covid-19, desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Outros projetos focam em vacinas contra malária, chikungunya, febre do mayaro e dengue.

A produção nacional de vacinas é considerada prioritária devido à dependência do Brasil em relação a insumos de saúde importados, que causaram prejuízo de US$ 23 bilhões ao país em 2022. Atualmente, a Fiocruz/Bio-Manguinhos, no Rio de Janeiro, e o Instituto Butantan, em São Paulo, são as principais produtoras de vacinas no país. A pesquisa mais avançada é a vacina contra a malária, que está na fase de testes clínicos em humanos e pode estar pronta para comercialização até o segundo semestre de 2024. O objetivo é desenvolver uma vacina nacionalmente produzida que seja valorizada tanto no Brasil quanto no exterior.

Romeu Lima

Recent Posts

Pará Pet Show em Belém foi um sucesso com mais de 10 mil pessoas

Mais de 10 mil pessoas passaram pela Arena Guilherme Paraense, o "Mangueirinho", no último final…

18 horas ago

Fique atento! Golpistas usam nome da Anvisa em novo golpe

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta urgente nesta terça-feira (1º) sobre…

20 horas ago

Felicidade tem preço? Entenda a relação com o dinheiro

Happy Businessman and Businesswoman Standing in a Pile of Money, Success and Wealth Concept Dinheiro…

2 dias ago

Reajuste de remédios em 2025: menor aumento desde 2018

Heap of assorted various medicine tablets and pills different colors Desde 2018, os medicamentos terão…

2 dias ago

Vivência no SUS: inscrições abertas para estudantes no Pará

Logo do Sistema Único de Saúde do Governo Federal do Brasil O Ministério da Saúde,…

5 dias ago

Alerta: Anvisa suspende creme dental Colgate por reações graves

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a venda do creme dental Colgate Total…

5 dias ago

This website uses cookies.