A venda de medicamentos para depressão e transtornos do humor continua a crescer no Brasil. Em 2023, houve um aumento de 11% na venda de antidepressivos e estabilizadores de humor em comparação com o ano anterior.
Em seis estados, esse crescimento foi ainda maior, chegando a 15%. A Paraíba liderou com um aumento de 17% nas vendas.
Esses dados foram fornecidos pelo Conselho Federal de Farmácia com base em informações da consultoria IQVIA.
Os dados destacam variações regionais significativas. No caso dos anticonvulsivantes e antiepiléticos, utilizados em tratamentos que incluem casos de agravamento da depressão, o crescimento foi de 5% em todo o país, mas chegou a 19% no Amapá.
Entre 2021 e 2022, quase todos os estados registraram queda na venda dessa classe de medicamentos, exceto Amazonas e Ceará, que apresentaram aumentos de 7% e 2%, respectivamente.
A pandemia de COVID-19 teve um impacto profundo na saúde mental da população brasileira.
Em 2019 e 2020, a venda de estabilizadores de humor aumentou 17%, refletindo os efeitos do isolamento social e outras medidas pandêmicas.
Estados como São Paulo, Espírito Santo e Paraná registraram aumentos de mais de 100% nas vendas desses medicamentos.
Entre janeiro e maio de 2024, houve um crescimento de 8% nas vendas de antidepressivos e estabilizadores de humor em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Roraima teve o maior aumento, com 29%, enquanto o Acre foi o único estado a registrar uma queda de 3%.
Para anticonvulsivantes e antiepiléticos, as vendas aumentaram 7% nos primeiros cinco meses do ano.
Apesar do crescimento observado, a tendência é de desaceleração. Se mantido o ritmo atual, espera-se um aumento de apenas 4% nas vendas totais de medicamentos psiquiátricos em 2024 em comparação com 2023.
Esse crescimento mais modesto é uma mudança significativa em relação aos anos anteriores.
Gabriel Freitas, farmacêutico e professor na Universidade Federal da Paraíba, considera os dados alarmantes.
“Os números sugerem não apenas um aumento na incidência de transtornos mentais como depressão e ansiedade, mas também uma maior conscientização e busca por tratamento”, comenta.
Freitas destaca que a pandemia de COVID-19 teve um impacto profundo na saúde mental, agravando condições como depressão e ansiedade.
Freitas também aponta para as variações regionais nas vendas de medicamentos.
Estados como Paraíba e Roraima apresentaram aumentos substanciais, o que pode refletir diferenças na acessibilidade aos serviços de saúde mental e na eficácia das campanhas de conscientização.
Ele ressalta que a queda nas vendas de anticonvulsivantes e antiepiléticos entre 2021 e 2022, seguida por um aumento em 2023, sugere desafios na continuidade do tratamento.
A demanda crescente por medicamentos psiquiátricos reflete o aumento da incidência de doenças como depressão e ansiedade.
Segundo o Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS), a prevalência de depressão entre os beneficiários de planos de saúde subiu de 11,1% para 13,5% entre 2020 e 2023.
As mulheres são mais afetadas, com uma em cada cinco apresentando a doença.
Um estudo do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), em colaboração com pesquisadores de Harvard, mostrou um aumento significativo nas taxas de suicídio e autolesões entre jovens de 10 a 24 anos.
Entre 2011 e 2022, o número de suicídios cresceu 6% ao ano, enquanto as notificações por autolesões aumentaram 29% ao ano.
O Conselho Federal de Farmácia, em parceria com a IQVIA, monitora as vendas de medicamentos para embasar campanhas de uso racional.
“Conhecer dados sobre o acesso a medicamentos é crucial para promover a conscientização sobre a importância de consultar o farmacêutico ao fazer uso de um medicamento”, destaca Walter da Silva Jorge João, presidente do CFF.
Fonte: Conselho Federal de Farmácia
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