Saúde Infantil

Atraso na fala dos pequenos: entenda os sinais e possíveis causas

O desenvolvimento das crianças é motivo de ansiedade para os pais, especialmente aqueles chamados “de primeira viagem”. Por isso, questões relacionadas a um possível atraso na fala costumam gerar preocupação e dúvidas.

No entanto, cada indivíduo, desde a formação, possui suas particularidades, e por isso não há uma fórmula exata para afirmar quando o desenvolvimento de uma criança está adiantado ou atrasado. As variações são muitas, desde o tempo, até o meio em que vive e os estímulos que recebe.

Contudo, existem algumas fases, chamadas de marcos do desenvolvimento, que costumam se assemelhar entre a maioria das crianças, e apontam os primeiros sinais sonoros e a evolução da linguagem e da fala.

Diferenças entre atraso na fala e atraso na linguagem

É importante frisar que atraso na fala e na linguagem são coisas distintas. O primeiro ocorre quando a criança não demonstra um desenvolvimento adequado da fala de acordo com sua fase de vida. Nesses casos, mesmo que a criança utilize palavras e frases para se expressar, o entendimento delas é mais difícil.

Já o atraso na linguagem não está relacionado ao ato de falar. Isso significa que a capacidade da criança de obter ou dar informações não ocorre de modo representativo. A percepção da linguagem ocorre quando a criança reconhece que as coisas ao seu redor possuem um nome e um significado e, ao juntar os dois, consegue transformá-los numa palavra.

Os 4 marcos no desenvolvimento da fala e da linguagem

A partir do nascimento, a criança já começa a desenvolver sua fala e linguagem. Os sons fazem parte da sua expressão e, à medida que cresce, vai modificando os sinais sonoros e aperfeiçoando sua forma de comunicação com o mundo.

Segundo os especialistas, o desenvolvimento da fala e da linguagem possui marcos, que são caracterizados por quatro fases principais.

Até os 12 meses

No primeiro ano de vida, o bebê passa por um desenvolvimento sutil da linguagem e da fala. O primeiro som que é capaz de emitir é o choro. Por ele, a criança informa o que está sentindo: fome, sede ou dor. Inclusive, muitas mães desenvolvem a habilidade de saber o que a criança quer ou sente apenas pela forma como ela chora.

Entre os 2 e 3 meses, o bebê já esboça sorrisos, e a partir dos 6 meses já terá a capacidade de acompanhar sons externos. Aos 12 meses, alguns bebês já balbuciam algumas palavrinhas e já sabem identificar nomes de pessoas e objetos comuns.

Dos 12 aos 15 meses

Nesta fase, a criança já balbucia mais alguns sons e palavrinhas e então começa a imitar as palavras que ouve com mais frequência. É nesse período que os bebês costumam pronunciar “mamãe” e “papai”, cada um a seu modo, claro. Também já conseguem compreender frases simples com pequenas instruções, como “me dê o brinquedo” entre outras.

Dos 18 aos 24 meses

Entre 1 ano e meio e 2 anos de idade, a criança aumenta seu vocabulário e passa a ser capaz de formar frases curtas. Também já consegue identificar e aprender a falar as partes do corpo.

Dos 2 aos 3 anos

A partir dos 2 anos, a criança reconhece objetos em livros ou no ambiente. Os plurais simples já são introduzidos e ela já consegue usar verbos e substantivos.

Após os 3 anos, o desenvolvimento da fala se torna mais visível, e a criança se torna capaz de contar pequenas histórias, cantar músicas e falar seu nome.

Os sinais do atraso na fala

Geralmente, o atraso na fala dos pequenos aponta alguns sinais, que podem servir de alerta para que os pais procurem ajuda com um especialista. Estes sinais costumam ser diferentes de acordo com a idade e fase da criança. Vejamos quais são:

  • Crianças de qualquer idade que não demonstram reação aos estímulos sonoros ou que não produzem sons com a própria voz;
  • Bebês de 1 a 2 anos com dificuldade de compreender frases e estímulos verbais, que não tentam imitar os sons e as palavras mais comuns e que costumam se comunicar mais com gestos do que balbuciando;
  • Crianças acima de 2 anos de idade que não falam palavras ou pequenas frases de modo espontâneo, que repetem palavras sem sentido na comunicação e que apresentam um tom de voz anasalado ou anormal, tornando a compreensão do que diz mais difícil.

Possíveis causas do atraso na fala

O atraso na fala pode ter causas bastante variadas. Desde falhas na audição e até mesmo problemas de neurodesenvolvimento, como por exemplo o autismo, ou ainda distúrbios de linguagem ou a chamada apraxia da fala. Este último ocorre quando a criança sabe o que quer comunicar, mas há uma falha cerebral em executar a sequência necessária para produzir os sons da fala.

Outro ponto bastante importante para o qual mães e pais devem estar atentos é o uso excessivo de telas (smartphone, tablets, televisores etc), que pode ser associado à baixa estimulação, sobretudo em crianças menores de 2 anos. Especialistas têm apontado este como um dos principais fatores de risco atuais para o atraso na fala e na linguagem entre as crianças.

Portanto, se o problema não for considerado uma variação normal, ele pode ser oriundo das seguintes causas:

  • Surdez, que pode ser genética ou por infecções crônicas de ouvido;
  • Alterações na língua, como o freio de língua curto;
  • Problemas neurológicos que afetam o sistema cognitivo.

No entanto, a estimulação das crianças é um ponto-chave para evitar o atraso na fala, afinal, elas aprendem ouvindo. Por isso, ao serem pouco estimulados, consequentemente haverá um desenvolvimento mais lento, ainda que a cognição e a audição estejam em pleno funcionamento.

Desse modo, a conversa, a contação de histórias e as interações verbais e sonoras são fundamentais para evitar o atraso na fala, desde os primeiros meses de vida.

*Com informações da Assessoria de Imprensa

Milena Alves

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