Saúde Mental

Ansiedade na juventude pode se tornar uma epidemia?

Recentemente, a ansiedade, antes uma preocupação exclusiva dos consultórios médicos, ganhou os holofotes em “Divertida Mente 2”, da Disney.

A animação, que se tornou a maior bilheteria da história do cinema brasileiro em poucas semanas, explora as complexidades emocionais de uma adolescente, destacando a ansiedade como protagonista.

A CAUSA PROFUNDA: REDES SOCIAIS E CONECTIVIDADE DIGITAL

Jonathan Haidt, em seu livro recentemente lançado, argumenta que a hiperconectividade digital, especialmente através das redes sociais, é não apenas correlacionada, mas também a causa dos crescentes transtornos mentais entre adolescentes.

Ele aponta que o uso precoce e constante de smartphones desde a infância está ligado a um aumento dramático de ansiedade, depressão e outros transtornos.

A “GRANDE RECONFIGURAÇÃO DA INFÂNCIA”

Haidt descreve a década de 2010 como um período crucial, onde a vida social dos jovens foi drasticamente reconfigurada pela introdução massiva de tecnologias móveis.

Esta mudança, conhecida como “Grande Reconfiguração da Infância”, é vista como o principal catalisador para os altos índices de problemas mentais entre a geração Z e posteriores.

DIFERENÇAS DE IMPACTO POR GÊNERO E IDADE

A pesquisa de Haidt também revela que meninas e pré-adolescentes são os grupos mais afetados pela epidemia de ansiedade, depressão e automutilação, indicando disparidades significativas entre os gêneros e faixas etárias.

SUPERPROTEÇÃO E RESTRIÇÃO DE AUTONOMIA

Além da influência das redes sociais, Haidt também aponta para a superproteção excessiva no mundo real como um fator que contribui para a ansiedade entre os jovens.

Ele sugere que o equilíbrio entre proteção e autonomia é crucial para um desenvolvimento saudável.

REFORMAS PROPOSTAS PARA UMA INFÂNCIA DIGITAL SAUDÁVEL

Haidt propõe reformas práticas para mitigar os efeitos negativos da tecnologia nas crianças, incluindo restrições ao uso de smartphones e redes sociais até uma idade mais avançada, e promove um retorno à infância baseada no brincar e na exploração física, como formas de cultivar habilidades sociais e reduzir a ansiedade.

Fonte: CNN

Romeu Lima

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