O conselho de administração da UnitedHealth Group (UHG) anunciou hoje a aprovação da venda das operações da Amil. A melhor proposta, de acordo com fontes, é do empresário José Seripieri Filho, conhecido como Júnior. A transação incluirá a compra da operadora “de porteira fechada”, abrangendo passivos passados e futuros.
No entanto, uma reviravolta agita o cenário, com o Grupo Dasa, da família de Edson de Godoy Bueno, fundador da Amil, entrando na disputa após obter a aprovação da UHG. A sinalização partiu de Richard Mattera, responsável pela venda da operação brasileira.
Se confirmada, a aquisição marcará o retorno de Júnior ao setor de saúde. Ele é conhecido por fundar a Qualicorp e a Qsaúde. Outros concorrentes pelo ativo incluíam o empresário Nelson Tanure e a gestora Bain Capital, esta última relutante em assumir riscos futuros. Tanure apresentou uma proposta inferior às dos concorrentes.
No entanto, o Conselho da UHG pode enfrentar um novo desafio. A Justiça Federal em São Paulo decidiu que Junior pode ser alvo de novas denúncias, apesar do acordo de delação premiada. O Ministério Público Federal defende que a blindagem para o fundador da Qualicorp só começa após uma pena máxima unificada de oito anos.
A trajetória da Amil começou em 1972, quando adquiriu a Casa de Saúde São José, transformando-a na maior maternidade privada do Rio de Janeiro. Ao longo dos anos, a empresa inovou, sendo pioneira em serviços como call center 24 horas e consultas sem limites.
A marca se consolidou em São Paulo, adotando uma estratégia agressiva de marketing. Internacionalizou-se, obtendo licença para operar nos EUA, e criou iniciativas como Carência Zero e o Amil Resgate Saúde.
Ao completar 30 anos, a Amil adquiriu a Medial Saúde, tornando-se a maior empresa de saúde do Brasil. Participou de eventos como o Congresso Estadual de Recursos Humanos e recebeu prêmios de reconhecimento, enquanto continuava expandindo suas operações, adquirindo hospitais e operadoras.
O ano de 2012 marcou um marco na história da Amil, com a associação com o UnitedHealth Group, formando a maior plataforma global de atendimento em saúde. Aquisições e parcerias internacionais, como o Grupo HPP Saúde de Portugal, fortaleceram sua presença global.
Nos anos seguintes, a Amil continuou sua expansão com a aquisição de diversas instituições de saúde no Brasil e no exterior. Em 2014, inaugurou o Americas Medical City, o maior complexo hospitalar do Rio de Janeiro. Mudanças estratégicas incluíram a criação de submarcas, como Amil One, Amil Fácil e Amil Resgate, reforçando seu compromisso com a Atenção Primária e Coordenação do Cuidado.
A aprovação da venda da Amil para José Seripieri Filho representa uma nova fase para a empresa. O empresário, com vasta experiência no setor, assume a responsabilidade de conduzir uma das maiores operadoras de saúde do país, mantendo viva a história de inovação e excelência da Amil.
Com a entrada do Grupo Dasa na disputa e a questão legal em torno de Junior, o conselho da UHG terá que considerar novos desdobramentos antes de finalizar a venda da Amil. A competição intensa entre os proponentes promete uma decisão estratégica para o futuro da operadora de seguro saúde.
No início de setembro, a UnitedHealth Group (UHG), gigante americana do setor de saúde, retomou as negociações para a venda da Amil, operadora brasileira de planos de saúde semi-verticalizada. Após uma tentativa frustrada de vender apenas a carteira de beneficiários de planos individuais e familiares, a empresa agora busca vender toda a sua estrutura no Brasil, incluindo 31 hospitais e 28 centros médicos.
Avaliada pelo Bank of America entre 10 e 15 bilhões de reais, a Amil é uma das 5 maiores operadoras do país, com 2,6 milhões de beneficiários em planos médicos assistenciais, a maioria em São Paulo e Rio de Janeiro, além de 2,2 milhões em planos exclusivamente odontológicos. Desde sua aquisição em 2012 por R$ 9,92 bilhões, a empresa não atingiu as expectativas da UnitedHealth, enfrentando dificuldades na adaptação da cultura da operadora e alta rotatividade de executivos.
A venda da Amil destaca os desafios enfrentados pelo setor de saúde suplementar no Brasil, incluindo aumento da sinistralidade, prejuízos acumulados, custos crescentes com medicamentos, judicialização e regulamentação rigorosa. No ano passado, a Amil registrou um prejuízo de R$ 2,6 bilhões, refletindo a situação de outras operadoras no cenário atual.
Possíveis compradores incluem Bradesco, Dasa, Nelson Tanure (Aliança) e José Seripieri Filho (Qualicorp e QSaúde). A venda da Amil levanta questões sobre o futuro do setor, exigindo reflexões sobre modelos de negócios, eficiência e investimentos.
A UnitedHealth, com lucro líquido de US$ 20,1 bilhões em 2022, busca se desfazer de um negócio com prejuízos recorrentes. Especialistas apontam desafios no valuation, com valores estimados entre 10 e 15 bilhões de reais. Caso a venda não ocorra, a possibilidade de fatiar os negócios não é descartada.
Especialistas afirmam que, no momento, a venda da Amil não tem grandes impactos no mercado de saúde suplementar. No entanto, destaca-se a oportunidade para reflexão sobre os desafios enfrentados pelo setor nos últimos anos. Para os beneficiários da Amil, ainda não há impacto direto, mas a movimentação pode gerar interesse na portabilidade.
Se a venda se concretizar, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) avaliarão para garantir a continuidade e qualidade dos serviços, evitando excessos por parte dos envolvidos. A conclusão da negociação pode levar algum tempo, e os especialistas destacam a importância de observar os desdobramentos dessa movimentação no setor de saúde suplementar brasileiro.
Fonte: Valor Econômico, Metrópole, Futuro da Saúde e Amil
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