Menina recém-nascida amamentando após o nascimento Por laceybeth
Quanto maior o tempo que a mulher amamenta, maior é a proteção contra o câncer de mama. Um estudo epidemiológico realizado na Universidade de Curtin, na Austrália, mostrou que a cada ano de amamentação, o risco diminui 4,3%.
Do mesmo modo, mulheres que amamentam têm menor risco de desenvolverem câncer de endométrio e de ovário, principalmente se a amamentação for prolongada.
“Durante a gravidez e a amamentação, a mulher renova o tecido mamário, o que pode ajudar a remover células com danos ao DNA, reduzindo o risco de desenvolver câncer de mama.
Além disso, acreditamos que a redução de ciclos menstruais da mulher contribui para a redução do risco”, explica a mastologista Camila Loureiro, do Centro de Tratamento Oncológico.
Além do tempo de amamentação, a idade da mãe é determinante na redução do risco.
“Os estudos demonstram o percentual de redução de risco a cada ano de amamentação. E nós sabemos também que as mulheres mais beneficiadas são aquelas mais jovens. A mulher que tem filho com vinte, vinte e poucos anos, que tem mais de um filho, que amamenta esses filhos por um ou dois anos, é a que consegue reduzir mais o risco de ter um tumor de mama”, complementa a especialista.
“Essa proteção está relacionada aos hormônios. No período de gestação e amamentação a mulher produz menos hormônios relacionados ao desenvolvimento do câncer de mama. É uma proteção, mas deve estar sempre associada a hábitos de vida saudável, como não fumar, ter uma boa alimentação, praticar atividades físicas, manter-se com peso adequado e evitar o consumo de bebidas alcoólicas, já que o câncer de mama tem causas multifatoriais. E não podemos esquecer da importância do diagnóstico precoce, assegurada pelas consultas e exames preventivos”, destaca Camila.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o risco de surgimento de câncer de mama é 22% menor, comparado às mulheres que nunca amamentaram.
Essa proteção aumenta conforme o tempo de alactamento, chegando a 26%, caso o período tenha sido de pelo menos um ano.
Um estudo publicado no jornal britânico The Lancet, que partiu de 28 outros estudos anteriores para calcular os dados globais, chegou à conclusão de que difundir a amamentação no mundo todo teria um impacto imenso na saúde global.
O estudo concluiu que seriam evitadas, anualmente, cerca de 20 mil mortes de mães, causadas por câncer de mama. Além disso, mais de 800 mil mortes de recém-nascidos seriam evitadas por ano – 13% de todas as mortes de crianças de até dois anos.
Em 2024, o câncer de mama vai continuar como o tipo de câncer mais incidente entre as mulheres do Brasil, atrás apenas no câncer de pele não melanoma. O INCA, Instituto Nacional do Câncer, estima a ocorrência de 73.610 novos casos registrados no período.
O diagnóstico tardio, ainda predominante no Brasil, aumenta muito a gravidade da doença e os índices de mortalidade.
Em contrapartida, se o câncer de mama for diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é ótimo. As chances de cura são superiores a 90%.
As taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas no Brasil porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados. A Sociedade Brasileira de Mastologia preconiza a mamografia bilateral, anualmente, a partir dos 40 anos, e a consulta com o especialista.
O mês começa com a Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM), de 1º a 7 de agosto.
O movimento foi estabelecido em 1992 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em defesa da amamentação.
O mês é dedicado a informar e debater sobre a importância de amamentar os bebês.
Em todo o mundo, campanhas a favor do aleitamento materno são realizadas pela World Alliance for Breastfeeding Action (Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno), presente em 150 países, com o propósito de promover, proteger e apoiar o aleitamento materno – fundamental para a saúde dos bebês e das mães.
No Brasil, 6 em cada 10 crianças são amamentadas até os 2 anos e cerca de 36% dos bebês são alimentados exclusivamente com leite materno até os 6 meses de vida. A Organização Mundial da Saúde estipulou como meta global atingir 50% até 2025.
Em 2017, o Congresso Nacional Brasileiro instituiu, por meio da Lei 13.435, o Mês do Aleitamento Materno: o Agosto Dourado, em alusão à definição da OMS para o leite materno: alimento de ouro.
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