Você com certeza já deve ter ouvido a frase “ser avô é ser pai duas vezes” ou “ser avó é ser mãe duas vezes”. O ditado pegou porque muitos vovôs e vovós são tão conectados com os netos que se vêem revivendo a criação dos filhos — ou fazendo tudo completamente diferente. Eles também são muito associados com o fato de serem cuidadosos, carinhosos e mimarem seus netinhos em excesso. A desculpa é sempre a mesma: amor de avó e de avô é único.
Dia 26 de julho é celebrado o Dia dos Avós tanto aqui, em terras brasileiras, quanto em Portugal. A inspiração do dia se deu nos santos católicos Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e, consequentemente, avós de Jesus. Assim, foi instituído o dia 26 de julho como o dia para lembrar e mimar quem tanto cuida da gente: os avós.
Segundo reportagem do G1, quem lutou para que o dia fosse criado foi a portuguesa Ana Elisa do Couto (1926-2007), mais conhecida como Dona Aninhas que ganhou até placa afixada em praça pública na cidade em que nasceu na região do Porto. Segundo reportagem do G1, Dona Aninhas “achava que ninguém dava o valor merecido aos avôs e avós e decidiu se tornar uma missionária da causa”. Ou seja, no dia 26 de julho já sabe, né? Mandar uma mensagem para avó, uma lembrancinha para o avô ou simplesmente demonstrar ainda mais amor e carinho não pode faltar!
Para quem pensa que o papel dos avós é só mimar, está muito enganado. A participação deles na criação dos netos assim como o convívio com eles pode ser muito benéfico para todos os lados. Em entrevista para a Revista Crescer, a psicóloga do Hospital São Camilo (SP), Rita Calegari, explica: “A criança se enriquece muito com esse contato, já que recebe mais estímulos, amplia seu repertório e aprende a conviver em um ambiente distinto com pessoas diferentes. Os avós também. Hoje, o ‘velho’ está ligado a algo pejorativo graças ao mundo de consumo em que estamos inseridos. O que é ‘velho’ tem que ser descartado. Para os avós, então, ter a responsabilidade de cuidar de uma criança é sinônimo de valorização social. A experiência dele é importante ali. Ele tem papel utilitarista, está ajudando outras pessoas, e isso dá sentido à sua vida”.
Os avós são uma verdadeira fonte de experiência e aprendizado, e o neto da Dona Maria, o contador Leonardo Ednei, é exemplo disso. Hoje com 24 anos, Leonardo teve a avó paterna presente em sua criação. “Ela me ensinou a ser uma pessoa melhor, me educou muito bem na infância e devo tudo o que sou hoje a ela”. Ele também recorda momentos na casa da avó, onde passou a maior parte da sua infância. “Lá era o ponto de encontro entre todos os netos”. Para Leonardo, a avó representa a comunhão.
A fala de Leonardo é importante para relembrar um dos grandes papéis que a terceira idade como um todo representa: a continuidade. Hoje em dia, muita gente não dá valor aos idosos e não têm paciência para conviver ou até mesmo conversar com eles, o que gera um alto nível de abandono de idosos. Mas o que esquecemos é esses idosos somos nós amanhã.
A gerontóloga do Prevent Senior, Paula Mello Gomes, explica que “a maioria das pessoas enxerga os idosos como pessoas limitadas, doentes, que tem pouco ganho social, mais isolados e sem grande serventia (cruel, mas essa é a realidade do que eles pensam). Isso é muito relacionado com a imagem que a mídia passa e vende com muitos produtos e serviços para “evitar o envelhecimento” Assim, ser velho é algo a ser evitado. Os famosos produtos anti-aging. No entanto, acho que estamos mudando essa visão a partir de atividades que estimulam o convívio intergeracional, além de pelo próprio envelhecimento populacional promover um maior convívio natural com idosos. Assim, acho que tendemos a ter uma imagem mais real com essa convivência, quando convivem mais e tem maior possibilidade de interação.
Ter um forte vínculo entre netos e avô e avó é uma ótima maneira de enfrentar um dos grandes males da atualidade: a solidão. Ela afeta pessoas de todas as idades e em diversas fases da vidas e a solidão na velhice é muito comum, pois com a aposentadoria e possível afastamento da família, os idosos acabam se desconectando do mundo que conheciam. Acontecimentos como a morte do parceiro ou a separação podem fazer com que esses indivíduos escolham viver na solidão. O problema também é associado a demência, mortalidade prematura e pressão sanguínea alta.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, descreveu a epidemia da solidão “a triste realidade da vida moderna”, que afeta milhões de pessoas. Além das consequências físicas, a solidão causa depressão e ansiedade em muitos casos. Tristeza e solidão não são bons aliados. Os transtornos mentais são muito comuns nas pessoas que se sentem sós e essa condição pode ser um gatilho para as crises de síndrome do pânico, ansiedade e depressão. O Reino Unido percebeu as altas taxas de doenças mentais nas pessoas que vivem na solidão e tomou a atitude de criar um ministério dedicado a erradicar esse mal silencioso.
Leia mais sobre o Ministério da Solidão criado no Reino Unido
Cuidar da saúde física e mental dos avós é mais do que uma obrigação, é uma prova de amor. Celebre o dia dos avós demonstrando gratidão e afeto por quem mais te quis bem.
Texto de Juliana Sonsin para o Telavita
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