Alimentação

A popularidade das cervejas não alcoólicas e a jornada da moderação

As vendas de cervejas sem álcool ou com baixo teor alcoólico estão em ascensão no Brasil, indicando um aumento de 24% em relação ao ano anterior, projetando um volume superior a 480 milhões de litros em 2023. Essa tendência reflete uma mudança de comportamento dos consumidores, impulsionando a relevância dessa categoria no mercado cervejeiro. A Euromonitor International, especializada em análise de mercados globais, oferece insights sobre essa evolução.

A tecnologia por trás da produção de cervejas sem álcool tem permitido criar produtos com sabor cada vez mais similar ao das cervejas tradicionais. Esse processo envolve as etapas de fabricação convencionais, com uma adição extra para remover o álcool após a produção. Essa inovação tem proporcionado aos consumidores produtos de alta qualidade, comparáveis às cervejas tradicionais.

O consumo de cervejas com baixo ou nenhum teor alcoólico está ganhando espaço globalmente, superando 6,5 bilhões de litros no último ano, segundo a Euromonitor. Essa mudança de hábito de consumo é uma resposta à busca por opções mais saudáveis e equilibradas. No Brasil, apesar de ser o terceiro maior produtor mundial de cerveja, o consumo per capita ainda é relativamente baixo em comparação com outros países.

Os especialistas acreditam que essa tendência está relacionada com a conscientização sobre moderação, influenciada por fatores como a Lei Seca, que completou 15 anos recentemente no Brasil. A cerveja sem álcool é vista como um convite à moderação, proporcionando uma alternativa para aqueles que desejam aproveitar o sabor sem os efeitos do álcool.

No entanto, é importante destacar que, apesar da popularidade crescente das cervejas sem álcool, cerca de 57% dos brasileiros não compreendem o conceito de consumo moderado de álcool, subestimando seus limites. Isso pode ser atribuído ao fato de que as pessoas respondem de maneira diferente ao álcool devido a diferenças individuais em metabolismo.

Essa percepção equivocada é ainda agravada pelo uso de termos carinhosos para descrever o consumo de cerveja, normalizando-o. Muitas vezes, o consumo abusivo é confundido com dependência, contribuindo para uma percepção distorcida dos limites saudáveis de consumo.

Portanto, enquanto o mercado de cervejas sem álcool continua a crescer e se diversificar, é crucial uma educação contínua sobre os conceitos de consumo moderado, considerando as diferenças individuais e promovendo um equilíbrio saudável na relação com o álcool. Isso permitirá que as pessoas desfrutem das opções disponíveis no mercado sem comprometer sua saúde e bem-estar.

Romeu Lima

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