É muito comum se falar em virose. O nome é genérico, mas é normal ouvir com frequência que alguém adoeceu e está com uma virose. Mas, afinal, o que realmente é uma virose?
A infectologista Tânia Teixeira explica o que são e como as viroses podem ser transmitidas. “É uma doença infecciosa, contagiosa e alta limitada. Pode ter apresentação clínica mais grave e complicada com necessidade de internação. Os vírus podem ser transmitidos por contato direto através de gotículas de saliva, secreções respiratórias ou aerossóis, mas também poder ser transmitidos através do sangue e hemoderivados, através de mosquitos, conhecidos como arbovírus, por exemplo o vírus da dengue, Zika, Chikungunya e febre amarela são transmitidos através da picada de mosquitos”, afirma.
Em tempos de pandemia, muitas dúvidas com relação a gripe e a Covid-19 surgiram. Ambas as doenças acometem as vias respiratórias, de acordo com a especialista. “As duas são causadas por vírus respiratórios. A gripe ou influenza é causada pelo vírus conhecido de longa data, já a covid-19 é uma doença emergente, causada pelo coronavírus, chamado de SARS-CoV-2, descoberto em dezembro de 2019. De forma geral, todos estão e são suscetíveis ao vírus da Covid, justamente por ser um vírus emergente e por esta razão hoje vivemos uma pandemia causada por ele”, destaca.
Uma importante avaliação feita pela especialista é com relação as mutações ocorridas pelos vírus. A infectologista explica sobre a atualização de vacinas em decorrência dessa mutação. “O vírus influenza que causa gripe tem a característica de sofrer mutação todos os anos e por esta razão as vacinas precisam ser atualizadas, para proteger de uma vela nova. Todos os anos os laboratórios de referência no mundo, de países como EUA, Austrália, incluindo o Brasil isolam as veias e encaminham para a OMS para pelo desenvolvimento de vacinas que protegerão dessas cepas no ano seguinte. Algumas vezes, circulam cepas diferentes daquela que estão na constituição das vacinas”, ressalta.
Tânia explica que a vacina da gripe deve ser feita anualmente, mas com relação a vacina da Covid, ainda não se tem uma resposta sobre o tempo necessário para a atualização da imunização sobre essa vacina. “Podemos prevenir a gripe tomando as vacinas todos os anos. Especialmente as pessoas que pertencem ao grupo especiais, como imunodeprimidos. Não se pode esquecer que as vacinas protegem das formas graves e morte. Ainda não estamos certos de que será necessário. Precisamos estar atentos e acompanhar diariamente o desenvolvimento da pandemia”.
O clima chuvoso e úmido pode ser mais propício à gripe, de acordo com a infectologista. “O vírus da gripe tem a característica de ocorrer embora determinados períodos do ano. Esta característica chama-se de sazonalidade, e de maneira geral o vírus influenza tem maior circulação na estação mais fria ou chuvosa como ocorre na Amazônia”, pontua.
Mesmo com a vacina da covid, a especialista reforça a importância de respeitar algumas orientações. “Quanto à COVID-19, já existem vacinas que evitam as formas graves e que foram desenvolvidas em tempo recorde. Para a covid, ainda não foi possível controlar a circulação do vírus. Por esta razão, a orientação é manter o uso das medidas não farmacológicas, já que as vacinas disponíveis atualmente não são esterilizantes. Provavelmente, novas gerações de vacinas serão desenvolvidas. Idealmente as intranasais para interromper a transmissão do vírus”, conclui.
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