O Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua, deu início ao calendário de cirurgias para tratamento de escoliose idiopática.
Realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), esses procedimentos destinam-se a pacientes com a condição.
A primeira paciente, uma jovem de 16 anos com uma curvatura de 83 graus na coluna torácica, teve sua cirurgia realizada com sucesso por uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros e técnicos, totalizando aproximadamente 20 profissionais.
Segundo a Secretária de Saúde do Estado, Ivete Vaz, essa iniciativa reforça o compromisso do HMUE e da Secretaria de Saúde do Estado (Sespa) em ampliar os serviços oferecidos à população.
“Nosso objetivo é proporcionar mais qualidade de vida aos pacientes e oferecer acesso a tratamentos de alta complexidade pelo SUS. Saber que podemos fazer essa diferença é gratificante para toda a equipe,” declarou a secretária.
A escoliose, condição que afeta a coluna vertebral, é caracterizada pela formação de uma curvatura em “S” ou “C”, que pode ocorrer em diferentes áreas da coluna, principalmente nas regiões torácica e lombar.
Comum em jovens adolescentes, mas podendo ocorrer em qualquer faixa etária, a escoliose causa desníveis nos ombros, rotação da caixa torácica e inclinações visíveis.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 2% da população global sofre com a escoliose, o que representa mais de 6 milhões de pessoas no Brasil, conforme estimativas recentes.
Existem diferentes tipos de escoliose, classificados conforme a origem e a progressão da condição.
A escoliose idiopática, de causa desconhecida, é a mais comum, afetando principalmente adolescentes durante a fase de crescimento rápido.
Outras formas incluem:
O diagnóstico de escoliose é realizado por um especialista em ortopedia, que examina a história clínica do paciente, incluindo fatores como histórico familiar, sintomas de dor nas costas e possíveis alterações posturais.
O exame físico é detalhado, com observações de assimetrias, inclinações laterais e rotações na coluna enquanto o paciente realiza diferentes posturas.
O escoliômetro, um dispositivo específico, auxilia na medição da curvatura da coluna, sendo utilizado durante o exame para confirmar o grau da escoliose.
Nos casos mais graves, exames de imagem, como raios-X e ressonância magnética, podem ser solicitados para avaliar a extensão da curvatura e ajudar no planejamento do tratamento adequado.
Em casos leves, o monitoramento é geralmente recomendado, com acompanhamentos periódicos para avaliar possíveis progressões da curvatura.
O tratamento da escoliose é personalizado e varia conforme o grau da curvatura, idade do paciente e presença de sintomas. Em casos leves, a escoliose pode ser apenas monitorada.
A fisioterapia é frequentemente indicada para fortalecer a musculatura ao redor da coluna e melhorar a postura, enquanto coletes ortopédicos são recomendados para pacientes jovens em fase de crescimento, a fim de controlar o aumento da curvatura.
Nos casos de escoliose grave, quando a curvatura excede determinado grau e há risco de complicações, a cirurgia se torna a opção de tratamento mais indicada.
A cirurgia realizada no HMUE, como a da jovem de 16 anos, contou com a tecnologia da monitorização eletrofisiológica intraoperatória, um método que protege a integridade neurológica do paciente durante o procedimento.
Segundo a neurocirurgiã Luana Veigas, esse sistema monitora as estruturas nervosas para prevenir danos neurológicos e motores, reduzindo significativamente o risco de complicações.
Embora a escoliose idiopática não tenha causa conhecida, algumas ações podem auxiliar na prevenção de complicações e na melhoria da saúde da coluna vertebral.
A manutenção de uma boa postura desde a infância é essencial, assim como o fortalecimento dos músculos das costas por meio de atividades como a natação.
Além disso, o uso correto de mochilas escolares, distribuindo o peso igualmente nas costas, pode prevenir problemas posturais.
Durante a adolescência, o rastreamento precoce é uma estratégia eficaz para identificar a escoliose nos estágios iniciais e evitar a progressão, reduzindo a necessidade de tratamentos invasivos no futuro.
Para pacientes com diagnóstico de escoliose, o acompanhamento com profissionais da saúde é indispensável para garantir que a condição esteja sob controle e que quaisquer sintomas sejam geridos adequadamente.
O diretor-executivo do HMUE, Marcelo Azevedo, enfatizou que as cirurgias de escoliose realizadas no hospital representam um marco na saúde pública do Pará.
“A realização desse tipo de cirurgia mostra o compromisso da gestão e da Sespa com a inovação e a promoção da saúde. Estamos orgulhosos de ver que esses procedimentos garantirão mais qualidade de vida aos nossos pacientes”, pontuou o diretor.
Para a Secretaria de Saúde do Estado, o sucesso dessa iniciativa fortalece a missão do HMUE de oferecer serviços de saúde de alta complexidade com qualidade e segurança.
Com o suporte de uma equipe multidisciplinar e o uso de tecnologia, as cirurgias de escoliose pelo SUS no HMUE representam um passo importante para a ampliação do acesso à saúde e o atendimento especializado para a população que depende do sistema público.
Fontes: Agência Pará, Agência Brasil e Hospital Albert Einstein
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